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Mar/Abr 2016 

 


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Fosfoetanolamina - Proposto seminário para equacionar divergências


Marcada por divergências técnicas, questionamentos e acusações, a audiência realizada no dia 5 de abril no Senado para tratar dos resultados obtidos pelo grupo de trabalho (GT) formado pelo MCTI, integrado por representantes dos laboratórios contratados para os testes, Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Câncer (Inca), Fiocruz e Anvisa terminou com a aprovação de uma proposta visando a realização de um seminário destinado a ampliar o debate sobre o assunto.

O Químico Jailson Bittencourt de Andrade, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, afirmou que as cápsulas têm uma concentração de fosfoetanolamina menor do que era esperado e que somente um dos componentes – a monoetanolamina – mostrou capacidade de destruir tumores, mas numa escala inferior a de medicamentos em uso. Ressalvou, porém, que os resultados não são conclusivos, pois os testes ainda estão em andamento.

Originalmente, o GT também contava com um representante indicado pelo grupo de cientistas que desenvolveu a fosfoetanolamina, o biomédico Durvanei Augusto Maria, pesquisador do Instituto Butantan e um dos palestrantes da audiência. Ele contou ter pedido desligamento do GT logo no início dos trabalhos alegando não ter sido consultado a respeito dos métodos que seriam empregados nos testes. Em sua apresentação, Durvanei mostrou estudos com a substância que atestaram ausência de toxicidade e de efeitos colaterais, e apontou inconsistências nos testes do MCTI. “Todos os experimentos que foram realizados não chegaram à mesma curva de concentração que utilizei”, apontou. O pesquisador disse que, nas condições descritas nos relatórios do MCTI , não é possível avaliar a efetividade e a segurança de um produto tanto em testes in vitro quanto in vivo. Confira as considerações feitas por Durvanei durante a audiência:


Por sua vez, o professor Gilberto Chierice reiterou suas críticas aos testes, afirmando que a síntese utilizada não foi a que ele e seu grupo desenvolveram na USP de São Carlos, no início da década de 1990. Veja a participação de Chierice:


A contestação foi reforçada pelo Bioquímico Marcos Vinícius de Almeida, um dos detentores da patente da fosfoetanolamina. Ele refutou a afirmação de que a síntese desenvolvida em São Carlos foi reproduzida nos testes do MCTI com base no relatório da patente. Isso, segundo ele, seria impossível, pois o documento não incluiu todos os detalhes do processo justamente para que a propriedade intelectual fosse preservada.“Qual foi a temperatura dos reagentes utilizados? Qual foi o fluxo de nitrogênio utilizado? Qual foi a quantidade de álcool utilizada no processo de cristalização? Se isso nunca foi divulgado, como os laboratórios poderiam ter reproduzido a síntese?”, questionou.

Almeida condenou a liberação da pílula como suplemento alimentar, proposta defendida pelo ministro da Ciência e Tecnologia Celso Pansera. “Suplemento não tem avaliação terapêutica. A fosfoetanolamina vai cair em descrédito. Ela tem que ser estudada clinicamente para sabermos se cura, qual a porcentagem e quais os tipos de tumor. Particularmente, acho que ela não cura todos os tipos de tumores. Não é um composto milagroso”, admitiu. Confira as considerações do bioquímico durante a audiência pública:

Pedro França/Ag.Senado

    Jailson de Andrade, secretário do MCTI

Diante do acalorado debate técnico em torno dos métodos adotados pelo MCTI , a coordenadora de Pesquisa do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Marisa Breitenbach, propôs a realização de um seminário científico para que o debate seja ampliado. “Precisamos trazer um conjunto maior de pesquisadores que militam na área de desenvolvimento de fármacos; o momento não é de cizânia, mas de agregar conhecimento e experiência”, defendeu Marisa.

Instado pelo senador Lasier Martins (PDT-RS), que presidiu os trabalhos da audiência pública, o secretário Jailson Bittencourt de Andrade assumiu o compromisso de, em até um mês e meio, em parceria com o Ministério da Saúde, organizar o seminário proposto pela representante do Inca.

Em 14 de abril, o MCTI anunciou a realização do seminário para o dia 17 de maio, na sede do Inca, no Rio de Janeiro.





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