Minicursos 

A necessidade de o Profissional da Química observar em suas ações o Código de Ética da Classe – disponível na documentação de registro –, e agir de modo a contribuir para desfazer a imagem, difundida na sociedade, de que a química causa danos ao ser humano e ao meio ambiente foram os assuntos escolhidos pela Bacharel Marina de Moras Lessa para fazer a abertura do minicurso que ministrou hoje na cidade de Bauru. Organizado pelo CRQ-IV com apoio da Caixa Econômica Federal, o evento começou das 8h30 às 16h30 no Obeid Plaza Hotel, centro da cidade, com a presença dos 41 inscritos.

“Destinação de resíduos gerados em laboratório” foi o título do treinamento, que abordou, entre outros, os seguintes tópicos: classificação de acordo com a NBR 10004, etapas para elaboração de um programa de gerenciamento de resíduos, redução da geração, reciclagem, reaproveitamento, segregação e armazenamento. Marina Lessa é chefe de laboratório da Resicontrol S/A, empresa de Sorocaba especializada no tratamento de resíduos perigosos. Este minicurso foi um dos que despertou mais interesse: o escritório do CRQ-IV em Bauru, responsável por fazer as inscrições, recebeu mais de 70 ligações em apenas dois dias. As vagas disponíveis foram preenchidas no dia em foram abertas.

Além de Bauru, o evento contou com a participação de profissionais de cidades como Penápolis, Lins, Araçatuba, Guarantã, Charqueada, Guaiçara, Marília, Avanhandava, entre outras.

Na parte da manhã, foram abordadas questões relacionadas às boas práticas, planejamento de inventário do passivo de resíduos, segurança em laboratório e classificação. Logo após o almoço, Marina Lessa aplicou uma dinâmica, na qual, reunidos em grupos, os participantes precisaram avaliar uma série de compostos, classificá-los para destinação e depois preencher o formulário do Certificado de Aprovação para Destinação de Resíduos Industriais (Cadri), documento exigido pela Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb).

A Licenciada e concluinte do curso de Bacharelado em Química, Carmem Silvia dos Santos, de 34 anos, é frequentadora assídua dos minicursos. Moradora na cidade de Guarantã, distante cerca de 70 quilômetros de Bauru, ela conta que já participou de cinco ou seis treinamentos promovidos pelo Conselho. "Venho sempre porque acho que os minicursos agregam conhecimentos, valores e contribuem para tornar nosso trabalho mais dinâmico" salientou. Carmem contou que trabalha na estação de tratamento de água de sua cidade: "não temos laboratório próprio, mas há estudos para ser implantado, então é importante ter conhecimento da destinação dos resíduos gerados", completou.

Já o coordenador do curso de Licenciatura em Química da Unesp de Bauru, João Roberto Fernandes, de 49 anos, disse que se interessou pelo minicurso para entender melhor a legislação sobre a destinação de resíduos. Trata-se, segundo ele, de um assunto abordado com pouco profundidade pelas universidades de uma maneira geral, mas que ele considera importante principalmente para instituições que formam professores de química. Fernandes disse considerar "uma iniciativa bastante louvável" do CRQ-IV em manter uma programa como os minicursos, que acrescentam novos conhecimentos às atividades didáticas e profissionais. Fernandes também participou do minicurso realizado em maio, em Bauru, sobre produção de cerveja.

Com a realização do minicurso "Reúso de água na indústria", o Conselho encerrou neste sábado a edição 2010 do programa Minicursos CRQ-IV, que tem o patrocínio da Caixa Econômica Federal. O treinamento ocorreu das 8h30 às 17h, no Hotel Comfort, de Ribeirão Preto, sob a condução do Engenheiro Químico José Eduardo Cavalcanti. Especialista na área de saneamento, na qual atua há mais de 40 anos, Cavalcanti é diretor da empresa Nova Ambi Serviços Analíticos e autor do livro "Manual de Tratamento de Efluentes Industriais", divulgado este ano no Informativo CRQ-IV.

Aos 30 profissionais participantes foram apresentados tópicos relacionados às legislações estadual e federal, descrição dos poluentes convencionais e emergentes, despejos industriais, efluentes líquidos, padrões de emissão, padrões de reúso com o detalhamento dos usos específicos para cada setor industrial, além das várias tecnologias aplicadas à depuração de águas residuárias: processos químicos unitários, processos biológicos aeróbios e anaeróbios, tratamentos por membranas, processos oxidativos avançados, EDR e EDI.

Os profissionais e estudantes que não puderam participar deste ou dos outros treinamentos promovidos este ano pelo Conselho podem obter gratuitamente as respectivas apostilas clicando aqui.

Buscar melhorias no uso da água e na redução dos efluentes gerados.Foi esses objetivos que levaram a Técnica Química Andréa Zanella, de 40 anos, líder de ETA/ETE da Companhia de Bebidas Ipiranga (franqueada da Coca-Cola em Ribeirão Preto), a se inscrever pela primeira vez para participar de um minicurso. Moradora na cidade de São Simão, ela disse que a empresa onde atua já opera com aquelas metas, mas acredita que as informações passadas no encontro técnico de hoje reforçarão alguns conceitos e permitirão que outros passem a ser discutidos daqui em diante. "Dois outros colegas da empresa também estão participando e isso é importante para que o conteúdo possa ser trabalhado em equipe", salientou Andrea, que aproveitou um dos intervalos para conversar com o instrutor José Eduardo Cavalcanti a respeito de situações que vivencia no seu dia-a-dia. "Uma explicação importante que ele deu foi que a economia de água e a redução de efluentes estão mais ligadas aos processos do que no modo como as estações de tratamento são operadas", contou.

Também estreante no programa, Macleide Silva Santos, de 27 anos, moradora em Serrana, avaliou que a vinda do curso sobre reúso de água para sua região ocorreu em boa hora. Responsável Técnica pela Anadonti Comércio e Anodização de Alumínio, de Ribeirão Preto, ela disse que há poucos meses a empresa obteve autorização da Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb) para fazer o tratamento de seus efluentes, constituídos em sua maior parte por metais pesados. Além do reúso da água nos processos, observou a profissional, o instrutor abordou bastante a questão dos influentes, atendendo plenamente as expectativas dela em relação ao treinamento.

Macleide disse que havia tentado se inscrever em outros eventos realizados pela CRQ-IV, mas sempre recebeu a informação de que não havia mais vagas. De fato, é comum as vagas serem preenchidas rapidamente, daí a orientação sempre repetida nas matérias do Informativo sobre o programa no sentido de que os interessados entrem em contato com os postos de atendimento assim que as inscrições forem abertas.

(*) Um participante não respondeu.