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Jul/Ago 2010 

 


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A atuação de alunos e professores do Cotel na preservação do Paraíba do Sul
Autor(a): Diovana A. S. Napoleão


O presente artigo tem por escopo apresentar os resultados obtidos até o momento no projeto de pesquisa, modalidade interdisciplinar, intitulado como “Estudo das análises da água do rio Paraíba do Sul: Reflexos na sociedade”. Com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a pesquisa foi coordenada por esta autora, tendo a participação de alunos e professores do Colégio Técnico de Lorena (Cotel), instituição vinculada à Escola de Engenharia de Lorena (EEL/USP) e cujo curso Técnico em Química possui o Selo de Qualidade CRQ-IV.

O rio Paraíba do Sul possui destaca- da posição geopolítica nacional, ligando grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Sua bacia vem sofrendo um processo de ocupação e de utilização desordena­ da, extrapolando as restrições ambientais.

Os monitoramentos realizados no rio evidenciam problemas críticos em todos os aspectos ambientais, tais como a escassez de florestas, contaminação das águas por lançamento de esgotos domésticos e industriais sem tratamentos adequados e do esgotamento da capacidade produtiva do solo. Tais problemas foram verificados através de monitoramentos e análises periódicas nas águas do rio Paraíba do Sul, bem como por pesquisas de campo realizadas pelos alunos sob a supervisão dos professores participantes do projeto. A qualidade da água do rio foi avaliada por meio da determinação de parâmetros físicos e químicos: temperatura, pH, oxigênio dissolvido e a análise dos metais presentes na água. As amostras da água foram coletadas em frascos esterilizados a uma profundidade de 30 cm do corpo d’água em três pontos da margem próxima da EEL/USP. O recipiente para a coleta das amostras foi fixado com uma corda e lançado ao rio em pontos demarcados da sua margem.

A Figura 1 apresenta o gráfico de dispersão dos valores de temperatura ao longo dos meses considerados (agosto de 2009 a janeiro de 2010), verificando-se que a temperatura variou de 17,5ºC até 28,3ºC, respectivamente. Essas oscilações são decorrentes das variações sazonais, uma vez que no mês de janeiro ocorreu um aumento gradativo das temperaturas.

Em outra análise de monitoramento pode-se verificar que o pH encontra-se próximo as condições de neutralidade, estando dentro dos limites estabelecidos pela Resolução do Conama nº 357/2005 para corpos de água doce Classe II (6,0 a 9,0), conforme apresentado na Figura 2.

 

Para a determinação do oxigênio dissolvido OD considerado o principal parâmetro de caracterização dos efeitos da poluição das águas por despejos orgânicos, observou-se uma elevação no mês de outubro/09 seguida de uma redução acentuada no mês de janeiro/10, apresentado na Figura 3.

 

Com base nos dados reportados no gráfico do boxplot das médias das variáveis consideradas neste estudo, verificou-se que estas não se relacionam estatisticamente entre si, conforme dados apresentados na Figura 4.

Na realização da análise de metais pesados não foram detectadas concentrações significativas dos indicadores de poluição por substâncias tóxicas na água coletada do rio Paraíba do Sul, conforme apresentado na Tabela 1.

Tabela 1- Resultados dos teores de metais obtidos na água do rio Paraíba do Sul

Parâmetros analisados

Limite*

Resultado

Arsênio

0,2 mg/L

< 0,001 mg/L

Bário

5,0 mg/L

< 0,001 mg/L

Cádmio

0,2 mg/L

0,041 mg/L

Chumbo

0,5 mg/L

< 0,1 mg/L

Cobre

1,0 mg/L

< 0,1 mg/L

Cromo total

5,0 mg/L

< 0,1 mg/L

Cromo hexa

0,1 mg/L

< 0,1 mg/L

Estanho

4,0 mg/L

0,32 mg/L

Ferro solúvel

15,0 mg/L

1,79 mg/L

Fluoreto

10,0 mg/L

9,5 mg/L

Manganês solúvel

1,0 mg/L

0,052 mg/L

Mercúrio

0,01 mg/L

< 0,0001 mg/L

Níquel

2,0 mg/L

< 0,2 mg/L

Prata

0,02 mg/L

< 0,02 mg/L

Selênio

0,02 mg/L

< 0,02 mg/L

Zinco

5,0 mg/L

< 0,05 mg/L

*De acordo com o artigo 18 do decreto nº 8.648 de 08/09/1976 – CETESB

Conclusões - Com base nas análises dos parâmetros físicos e químicos da água coletada do rio Paraíba do Sul, verificou-se que o pH apresentou um caráter neutro, estando dentro dos limites estabelecidos pela Resolução do Conama nº 357/2005 para corpos de água doce Classe II (6,0 a 9,0). A concentração de OD apresentou variações, principalmente para o mês de janeiro/10, com valores inferiores a 5 mg L-1 de O2 indicando a existência de poluição orgânica no rio, considerando-se os limites estabelecidos pela Resolução do Conama nº 357/2005. Observou-se que a temperatura apresentou variação entre os meses considerados neste estudo, encontrando-se dentro dos limites permitidos pela CETESB. Para a análise de metais pesados não foram detectadas concentrações significativas dos indicadores de poluição por substâncias tóxicas. As concentrações dos metais avaliados apresentaram-se abaixo do limite estabelecido pelo decreto 8.648/1976 (CETESB).

Na medida em que campanhas de coletas forem realizadas, produzindo quantidades maiores de dados consideráveis, será possível obter resultados mais consistentes de ações preventivas e de acompanhamento permanente da qualidade da água do rio Paraíba do Sul.

Agradecimentos - À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP (Processo 08/02900-0), e ao Departamento de Ciências Básicas e Ambientais (LOB) que possibilitaram a execução deste trabalho. Aos professores Mateus Afonso Gomes, Catia Ferreira Bueno, Maria Tereza F. A. R. Almeida, Luciana S. C. Almeida e Jane Mary Molinari Macedo que contribuíram para o desenvolvimento do projeto.

 

A autora é Professora Doutora do Depto de Ciências Básicas e Ambientais LOB da Escola de Engenharia de Lorena EEL/USP.
Contatos pelo e-mail diovana@debas.eel.usp.br.


 





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