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Notícia - Conselho Regional de Química - IV Região

Notícia 

 


Método pode detectar substância com potencial cancerígeno em água

 

LQA-IQ-UNICAMP/Crédito: Cristiane Vidal

  Análise encontrou três de sete nitrosaminas pesquisadas em mais de 70% das amostras coletadas

A N-nitrosodimetilamina (NDMA), uma das nitrosaminas conhecidas por aumentar o risco de câncer, foi incluída em maio deste ano na lista de subprodutos de desinfecção formados durante o processo de tratamento de água que devem ser monitorados por representar danos à saúde.

Estudo feito por pesquisadores do Laboratório de Química Ambiental do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (LQA-IQ-Unicamp) é um dos primeiros a criar um método para esse monitoramento no Brasil.

Em artigo publicado na revista científica Environmental Science and Pollution Research, o grupo mostra a eficácia dessa ferramenta desenvolvida e validada, de acordo com as especificações do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), para detectar sete nitrosaminas em níveis de concentração traço (nanograma por litro) em água tratada para abastecimento público.

O trabalho contou com o apoio da FAPESP em dois projetos de pesquisa - um sobre contaminantes aquáticos e outro sobre o uso de líquidos iônicos em processos fermentativso – e do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias Analíticas Avançadas (INCTAA).

O método foi usado para analisar 18 amostras de água coletadas em maio de 2019 em sistemas de 13 cidades da Região Metropolitana de Campinas. O resultado: a NDMA foi a mais frequentemente detectada (em 89% das amostras) e teve o maior nível de concentração (67 ng L?1). Além dela, foram identificadas NMEA, NPYR, NDEA, NPIP, NDPA e NDBA.

A análise também mostrou que todas as amostras continham pelo menos duas nitrosaminas diferentes. Três delas – NDMA, NPYR e NPIP – foram encontradas em mais de 70% das amostras recolhidas.

“As concentrações de nitrosamina relativamente altas podem ser atribuídas à baixa qualidade da água e aos maiores níveis de atividade humana na região. Como as informações para nitrosaminas na água potável brasileira ainda são muito limitadas, este estudo pode fornecer os primeiros dados sobre possíveis tendências de ocorrência e riscos potenciais associados. É também de grande importância para investigações mais aprofundadas em todo o país”, escrevem os pesquisadores no artigo, cuja primeira autora é a doutoranda Beatriz de Caroli Vizioli.

Orientadora da pesquisa, a professora Cassiana Carolina Montagner, que é coordenadora do LQA-IQ-Unicamp, cita a importância prática do trabalho diante da necessidade de os laboratórios se enquadrarem à nova portaria publicada pelo Ministério da Saúde (nº 888, de 4 de maio de 2021). “Mostramos que o método funciona. O gargalo pode ser o custo, que ainda é alto por causa da fase extratora usada no preparo das amostras”, afirma.

Nas últimas décadas, órgãos governamentais de vários países têm procurado definir metas de saúde pública para nitrosaminas na água tratada destinada ao consumo humano. No entanto, ainda há muita discussão sobre os valores máximos permitidos. A portaria do Ministério da Saúde brasileiro determina que, no caso da NDMA, o valor máximo permitido na água é de 100 ng L-1 (ou 0,0001 mg/L). O Canadá tem uma diretriz para a NDMA de 40 ng L-1, enquanto na Austrália esse valor é de 100 ng L-1.

As nitrosaminas são compostos comumente encontrados na água, em alimentos defumados e grelhados, laticínios e vegetais. Sabe-se que a exposição a essas substâncias dentro de limites seguros representa baixo risco à saúde, mas acima de níveis aceitáveis e por longos períodos aumenta o risco da ocorrência de câncer.

Clique aqui para ler a íntegra do artigo publicado pela Agência Fapesp.

Live - Em fevereiro deste ano, a Comissão Técnica de Química Farmacêutica (CQFAR) do CRQ-IV promoveu uma live para debater o tema. O vídeo, que segue disponível no canal do Conselho no Youtube, contou com as participações dos especialistas Wilson Zeferino Franco Filho, da consultoria Wilsolutions, Jennifer Liu, gerente de assuntos regulatórios para a América Latina da Merck, e Fernanda Waechter, pesquisadora da Aché Laboratórios Farmacêuticos. O evento foi mediado por Jeferson Santos, integrante da CQFAR.

 

Publicado em 29/07/2021


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