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Notícia - Conselho Regional de Química - IV Região

Notícia 

 


Palestra aborda potencial energético do gás de xisto



Com o apoio do Conselho Regional de Química – IV Região (CRQ-IV), a Associação Brasileira de Engenharia Química (Abeq) realizou nesta quarta-feira uma palestra com o tema “Gás de xisto e suas repercussões para a indústria química mundial”. Ministrada pelo norte-americano Thomas Rings, sócio da consultoria A.T. Kearney, a apresentação ocorrida no auditório do CRQ-IV trouxe uma visão global sobre o gás de xisto, bem como suas implicações no cenário atual do Brasil. Aproximadamente 70 pessoas, entre empresários, professores, pesquisadores, profissionais e estudantes das áreas química e tecnológica participaram do encontro, que foi gratuito e teve tradução simultânea.

Com mais de 20 anos de atuação em consultoria internacional e estratégica nos setores de Química e Energia, Thomas Rings é especialista em desenvolvimento de cenários e tendências futuras de negócios, M&A (sigla em inglês para “Fusões e Aquisições”) e estratégia de operações.

Segundo maior detentor de reservas de gás de xisto (também chamado de “gás de folhelho”), os EUA serviram como referência para Rings, que chamou a atenção para as vantagens competitivas desse tipo de gás frente a outras fontes de energia, como o petróleo e o carvão mineral. “Os custos de produção de energia elétrica, por exemplo, diminuem consideravelmente quando se comparam os investimentos em gás de xisto com os que são feitos em usinas termoelétricas a carvão”, explicou. O consultor disse que ainda não há dados consolidados sobre a participação atual do gás de xisto na matriz energética americana, pois a exploração ainda é recente. Porém, salientou que há uma tendência de crescimento em curso, o que poderá diminuir ou até mesmo eliminar a dependência dos EUA em relação à importação de petróleo e gás natural.

O palestrante relacionou o desempenho atual da exploração americana a fatores como a forma de extração, realizada por meio de perfuração horizontal do subsolo e fraturamento hidráulico (fracking), que consiste na utilização de água, areia e produtos químicos para romper as rochas (xistos) e provocar o vazamento do gás. Entre outras condições fundamentais, também citou a acessibilidade das reservas e a disponibilidade de tecnologia para exploração.

Os países com as maiores reservas de gás de xisto são China, EUA, Argentina, México e África do Sul. O Brasil é o décimo colocado no ranking das reservas recuperáveis (que ainda não foram exploradas). Nas bacias hidrográficas dos rios Paraná, Solimões e Amazonas, foram estimadas reservas de 6,93 trilhões de metros cúbicos recuperáveis e 5,54 bilhões de litros de óleo pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos, em estudo que avaliou as reservas potenciais de 42 países.

Ao discursar na abertura da palestra, o presidente do CRQ-IV, Manlio de Augustinis, ressaltou a importância do tema para o mercado. Por sua vez, o presidente da Abeq, Edson Bouer, chamou a atenção para os possíveis impactos do gás de xisto na cadeia produtiva da indústria química nacional, especialmente no setor petroquímico. Segundo ele, “as potencialidades do Brasil ainda estão sendo estudadas, mas já se sabe que são bastante expressivas”.

Contraponto - No Brasil, há uma corrente de cientistas que defende o adiamento da exploração do gás no País, devido especialmente a possíveis danos ambientais que a técnica de fraturamento hidráulico poderia causar. Em palestra realizada no mês de setembro durante o 3º Congresso Analitica, o professor Jailson Bittencourt de Andrade, da Universidade Federal da Bahia, destacou que os desafios seriam diversos, como é o caso do nível de utilização de recursos como a água. "Pode ser até necessário usar mais água que aquela destinada à agricultura", alertou. O professor citou ainda obstáculos logísticos, como uma alta demanda por caminhões para transporte de água e do próprio gás de xisto em regiões com graves problemas de infraestrutura. Andrade também é coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) na área de Energia e Ambiente, além de integrar a Sociedade Brasileira de Química (SBQ) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Em matéria publicada no dia 25 de outubro, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) chama a atenção para os leilões que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) irá promover em 28 e 29 de novembro visando a concessão de blocos de gás de xisto, contra os quais a SBPC e a ABC já haviam se manifestado em carta dirigida a presidente Dilma Rousseff, datada de 5 de agosto deste ano. Na reportagem da SBPC, o professor Jailson Andrade reforça seu posicionamento sobre a importância do adiamento dos leilões com o objetivo de ampliar as pesquisas sobre os impactos negativos da extração do gás de xisto, a fim de evitar possíveis agressões ao meio ambiente. “É preciso dar uma atenção grande a isso”, alerta o pesquisador. “Mesmo nos Estados Unidos, onde há uma boa cadeia de logística, capaz de reduzir o custo de exploração do gás de xisto, e mesmo que sua relação custo-benefício seja altíssima, alguns estados já estão revendo suas políticas e criando barreiras para a exploração desse produto”, enfatizou.




Publicado em 24/10/2013
Atualizado em 08/11/2013

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