Busca
Faça uma busca por todo
o conteúdo do site:
   
Acesso à informação
Bolsa de Empregos
Concursos Públicos (CRQ-IV)
Consulta de Registros
Dia do Profissional da Química
Downloads
E-Prevenção
Espaços para Eventos
Informativos
Jurisprudência
Legislação
LGPD
Linha do Tempo
Links
Noticiário
PDQ
Prêmios
Prestação de Contas
Publicações
QuímicaViva
Selo de Qualidade
Simplifique
Sorteios
Termos de privacidade
Transparência Pública
 
Notícia - Conselho Regional de Química - IV Região

Notícia 

 


Reúso de água é tema de fórum no CRQ-IV

Mesas redondas reuniram palestrantes para responder a perguntas do público

Alusivo ao Dia Mundial da Água (comemorado no dia 22/03), o Fórum de Recursos Hídricos teve como assunto principal em sua terceira edição o reúso dos recursos hídricos, tendo como contexto o período de estiagem que atinge a Região Sudeste do Brasil. Promovido pela Comissão de Meio Ambiente do Conselho Regional de Química - IV Região (CRQ-IV), o evento aconteceu nesta quinta-feira e teve a participação de 115 pessoas, entre profissionais, pesquisadores e estudantes da área. O fórum teve o apoio do Sindicato dos Químicos, Químicos Industriais e Engenheiros Químicos do Estado de São Paulo (Sinquisp), Associação dos Engenheiros da Sabesp (AESabesp), Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental de São Paulo (Abes-SP) e Câmara Brasil-Alemanha.

Com a escassez do recurso hídrico, principalmente na Região Sudeste, é fundamental que as empresas e as comunidades, independentemente de tamanho, adotem iniciativas para o reaproveitamento das águas utilizadas em seus processos, sejam elas de origem industrial ou doméstica. O encontro teve como um de seus objetivos divulgar tecnologias de tratamento de água e a importância na preservação do recurso hídrico.

Pitarello: aumento da demanda torna reúso necessário
Na primeira palestra, a desembargadora Consuelo Yoshida, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, ressaltou a importância de a legislação contemplar aspectos jurídicos e técnicos, de acordo com as demandas atuais. "A água é um recurso cada vez mais importante economicamente, por isso é importante estender ao máximo o seu ciclo de utilização", afirmou.
 
O Engenheiro Químico Leandro Pitarello, da empresa H2Life Brasil, abordou as tecnologias utilizadas atualmente para filtração de água. com destaque para ações de alto desempenho, como microfiltração, ultrafiltração, nanofiltração e osmose reversa. "Essas técnicas possuem várias vantagens em relação aos tratamentos convencionais, como baixo consumo energético, o que garante maior eficiência processual", comparou. Ele também descreveu formas de reúso de água para utilizações domésticas e industriais, além de alternativas para tratamento de efluentes, como sistemas anaeróbios e reatores aeróbios com biofilmes.

Em seguida, o também Engenheiro Químico Marcus Simionato, da GE Water & Process Technologies, apresentou equipamentos para dessalinização de água do mar. O profissional salientou que tornou-se necessária a discussão dessas tecnologias no Brasil, mesmo sendo um país com grandes reservas de água doce. "Apesar de o custo operacional ainda ser considerável, a tendência é de haver uma diminuição com as soluções voltadas para, por exemplo, reduzir o consumo de energia para operações de osmose reversa", explicou Simionato.

A programação de palestras da manhã foi encerrada pela Bacharel em Química Karina Vazquez Soares, da empresa Ecosan. Especializada em Gestão Ambiental, ela comparou o desempenho de diferentes tipos de membranas filtrantes do tipo MBR, como as poliméricas e as cerâmicas. tanto para reúsos potáveis quanto não potáveis de água. Uma mesa-redonda com os palestrantes, aberta a perguntas do público, marcou o final do primeiro bloco do evento.

Pesquisas - A segunda parte do fórum foi iniciada com uma palestra do geólogo Ricardo Hirata, do Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas da USP. Com o tema "Precaução com o Aquífero Guarani na exploração do gás de folhelho", o pesquisador alertou sobre os perigos ambientais para a água, o solo e o ar decorrentes da exploração desse recurso natural, também conhecido como "gás de xisto". Em sua apresentação, relacionou danos que podem ser causados pelos produtos químicos utilizados no processo de fraturamento hidráulico, necessário para que as rochas liberem o gás. "Existe o risco de vazamento do gás durante o processo e um dos problemas potenciais é o aumento das emissões de gases que causam o efeito estufa", apontou ele. Confira abaixo o vídeo com um resumo da palestra de Hirata:





O aumento da oferta de água, tanto para garantir a sobrevivência humana quanto para a preservação dos recursos naturais, foi o foco da palestra do professor Wanderley José de Melo, da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp de Jaboticabal. Engenheiro agrônomo, Melo citou práticas que podem garantir o uso sustentável da água na agricultura e na pecuária. "A atividade agropecuária consome 4% da água usada no mundo, sendo que a irrigação demanda cerca de 80% desse volume. A água é fundamental para a produção, mas oferece riscos à sustentabilidade se for manejada de forma incorreta", defendeu. O docente da Unesp também chamou a atenção para o elevado consumo de água na indústria alimentícia. Por exemplo, para se produzir um quilo de carne bovina, são necessários 15,4 mil litros de água.

A terceira palestra da tarde apresentou um caso de sucesso na otimização do consumo de água em uma indústria química. Claudio Hanaoka, da Micro-Química, fabricante de produtos para laboratórios, relatou a experiência da empresa ao implementar um programa de sustentabilidade ambiental durante um processo de expansão de suas atividades. "Implementamos um programa que tornou a produção mais limpa, adotando princípios como reaproveitamento de produtos antes descartados, medição do consumo de água e utlização de indicadores de monitoramento", enumerou. Alguns dos índices de economia obtidos foram os seguintes: anteriormente, a empresa gastava, em média, dois litros de água para limpar uma bombona de plástico. Com o programa, passou a gastar 0,7 litros na mesma ação. Ao todo, a economia chegou a 60 metros cúbicos de água por ano. Entre as inciativas que levaram a essa transformação, Hanaoka destacou campanhas internas de conscientização dos funcionários e captação de água da chuva para reúso. Alguns dos reconhecimentos obtidos pela empresa foram a Certificação ISO 14001, em 2004, e o Prêmio Fiesp de Mérito Ambiental, em 2012.

Engenheiro Químico, De Conti se interessa pela exploração do gás de xisto
A programação do evento foi encerrada com uma mesa-redonda que teve a participação dos palestrantes do segundo bloco, além de integrantes da Comissão de Meio Ambiente do CRQ-IV.

Avaliações - O Engenheiro Químico Renato De Conti veio da cidade de Iperó, na região de Sorocaba, onde trabalha para o Ministério da Defesa, a fim de obter mais informações técnicas a respeito de um dos temas apresentados, a exploração do gás de folhelho. "O evento atendeu às minhas expectativas, pois tenho interesse em saber mais sobre formas de preservação dos recursos hídricos", relatou. Ele atua em um campo de experimentos que desenvolve propulsão nuclear para submarinos.

Para o engenheiro civil Hector Patrício Alvial Munhoz, que trabalha com água de reúso na Estação de Tratamento de Efluentes Jesus Neto, na Capital, o Fórum de Recursos Hídricos foi uma oportunidade para ampliar conhecimentos sobre as mais recentes tecnologias no setor. "Os palestrantes deram boas referências para pesquisas sobre membranas filtrantes", elogiou.

Clique aqui para conferir a galeria de fotos na página do Conselho no Facebook.

Clique aqui para obter cópias dos arquivos apresentados durante o Fórum.





Publicado em 19/03/2015
Compartilhe:

Copyright CRQ4 - Conselho Regional de Química 4ª Região