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Nov/Dez 2016 

 


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Site quer desfazer mitos sobre alimentos processados



Lançado em novembro pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), o site www.alimentosprocessados.com.br é uma iniciativa da Plataforma Tecnológica da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo que reúne esclarecimentos científicos, em linguagem acessível, sobre os processos utilizados para a conservação de alimentos e bebidas.

Fotos: CRQ-IV

   Raul Amaral, coordenador da plataforma

Durante o lançamento, promovido na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), representantes de diversas entidades ligadas ao setor alimentício, como a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) e a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (Sban), participaram de um painel de debates.

O coordenador da Plataforma Tecnológica, Raul Amaral, disse que o site é “um contraponto a mitos e preconceitos que confundem os consumidores”. Para ele, que apontou como “fontes de desinformação” algumas matérias veiculadas na imprensa – como a publicada em setembro no site da revista Veja com o título A cada salsicha consumida você perde 15 minutos de vida –, “muitas pessoas desconhecem a complexidade da cadeia produtiva dos alimentos”.

Na seção “O que são alimentos processados?” do site, são mostradas as diferenças entre os termos “processado” e “industrializado”, que muitas vezes são tratados como sinônimos. Os processados são todos os alimentos que passaram por alguma modificação de seu estado original por meio de processos como aquecimento, congelamento, fritura ou pasteurização, visando mantê-los em condições adequadas para preparo culinário e consumo por um determinado período de tempo. Tais processos podem ser realizados tanto em domicílios para consumo próprio quanto em serviços de alimentação ou indústrias para fins comerciais.

O que determina se um alimento processado é “industrializado” é a escala de produção: aqueles que são elaborados em pequena escala são chamados de “artesanais”, enquanto que os fabricados em grande escala são os “industrializados”.

As demais seções abordam os seguintes aspectos: benefícios dos alimentos processados; mitos e fatos; ingredientes e aditivos; ciência e tecnologia dos alimentos; indústrias de alimentos e bebidas; biblioteca virtual; e iniciativas do setor.

De acordo com informações da plataforma, entre os benefícios dos alimentos processados estão: produção em escala industrial, que garante o acesso da alimentação básica para as populações urbanas com menor custo; mais segurança e controle da qualidade dos alimentos; conveniência para o consumidor; redução de desperdícios; e eficiência no uso de água, energia e outros insumos.

 Edmundo Klotz, presidente da Abia

Para Edmundo Klotz, presidente da Abia, o site do Ital ajudará a combater o que ele classifica como uma “crise” provocada pela desinformação. “Há muitos mitos relacionados à alimentação e abordagens, como as de alguns guias, que orientam as pessoas a não consumir alimentos industrializados”, criticou.

 Márcia: não existe alimento bom ou ruim

A nutricionista Márcia Terra, da Sban, ressaltou a importância que a plataforma do Ital pode adquirir por tornar a ciência em torno dos alimentos mais acessível aos consumidores. “Não existe alimento bom ou ruim. O que existe é dieta boa ou ruim”, pontuou ela, que também é integrante do comitê técnico-científico do site.

Sobre o Ital – Vinculado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o Ital realiza atividades de pesquisa, desenvolvimento, assistência tecnológica, inovação, capacitação e difusão do conhecimento nas áreas de embalagem e de processamento, análise, conservação e segurança de alimentos e bebidas. Mais informações podem ser obtidas em www.ital.sp.gov.br.

 

Especialista defende “divulgação equilibrada”

de estudos sobre alimentos

 

  Paulo Almeida integra Comissão do CRQ-IV

Integrante da Comissão de Alimentos e Bebidas do CRQ-IV e professor do Departamento de Engenharia do Centro Universitário Estácio/UniSEB, de Ribeirão Preto, o Químico Paulo Garcia de Almeida avalia a plataforma do Ital como “uma excelente iniciativa não apenas para a comunidade envolvida no segmento, como pesquisadores e profissionais, mas principalmente para os consumidores”.

Ao comentar a reportagem que alerta que cada salsicha consumida significa a perda de 15 minutos de vida, o especialista esclareceu que o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre produtos cárneos e embutidos é baseado em dez estudos que sugerem um aumento de 18% de risco de câncer colorretal para quem consome 50g diárias de alimentos processados. Mas quando se fala em “risco”, salientou, não significa que quem consumir aquela quantidade ou até mais vai, com certeza, adquirir a doença.

“A imprensa desempenha o importante papel de informar, mas quando o assunto é o consumo de alimentos e bebidas, nem todos os jornalistas possuem conhecimento técnico suficiente para passar informações corretas e bem fundamentadas”, avalia.

Sobre os nitritos utilizados como conservantes químicos em produtos cárneos, apontados como vilões na mesma reportagem, Paulo Almeida explica que as indústrias podem utilizá-los de acordo com os limites definidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “A legislação segue recomendações internacionais, como a avaliação de Ingestão Diária Admissível (IDA), estabelecida pelo JECFA (Comitê de Especialistas da FAO/OMS em Aditivos Alimentares) com base em extensas avaliações toxicológicas”.

Segundo o membro da Comissão de Alimentos do CRQ-IV, as indicações de uso são reavaliadas periodicamente. Nesse sentido, usa como referência o café, que desde 1991 era considerado como possivelmente cancerígeno para humanos. Porém, neste ano, após uma revisão dos estudos feitos até então, a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer retirou a bebida da lista.

Almeida acredita que os artigos sobre temas relacionados a produtos industrializados devem mostrar “os dois lados da moeda” para um melhor entendimento. “Devemos saber que as indústrias de ponta investem em pesquisa e tecnologia e acompanham as tendências de saudabilidade. Para suprir as necessidades da população mundial, dependemos da participação da indústria no processamento”. Ele ressalta ainda que “a diferença entre veneno e alimento está na dose e, portanto, devemos escolher os alimentos de origem confiável, consumindo-os em quantidades moderadas”.


 





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