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Set/Out 2012 

 


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IQ-USP debateu o fim do mundo


Realizada de 17 a 21 de setembro, com o apoio do CRQ-IV, a tradicional Semana da Química, promovida pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP), teve neste ano um tema controverso, que foi muito além dos círculos acadêmicos: "Química em 2012: Desmistificando o Fim do Mundo", uma referência à propalada profecia do povo maia que estabelece o próximo dia 21 de dezembro como o ponto final na história da humanidade (clique aqui para saber mais sobre o assunto). O evento não concluiu se estamos mesmo com os dias contados, mas foi, na opinião de alguns participantes, importante para colocar abaixo previsões ou crenças desprovidas de fundamento científico.

A Semana da Química é uma iniciativa dos alunos da graduação e do Centro de Estudos Químicos Heinrich Rheinboldt. Membro da comissão organizadora do evento, o aluno do terceiro ano da graduação Rafael Trivella disse que "a possibilidade de um público amplo se identificar com o assunto, confrontando-o em contato com argumentos científicos que confirmam ou contrariam essas previsões, foi um dos motivos que nos levaram a optar por essa questão". O tema permite discutir a própria natureza da Ciência e da Química, como seu potencial de melhorar ou prolongar o futuro e as questões éticas envolvidas no seu progresso. O evento foi aberto ao público externo.

Para debater a ideia do fim do mundo, as palestras programadas visaram contrapor o conhecimento científico ao pseudocientífico. Além de profissionais da química, abordaram diferentes temas representantes de outras ciências, como física, matemática, biologia, astronomia e psicologia.

Um dos destaques do evento foi o minicurso "Tabus do Fim do Mundo", que contemplou a ideia de quatro diferentes áreas da Ciência (astrofísica, biologia, geofísica e química) sobre as possibilidades de que esse fim ocorra e como as previsões divulgadas são vistas pelos especialistas. Orientador do trabalho que venceu a edição 2011 do Prêmio CRQ-IV, modalidade Química de Nível Superior, o professor Renato Sanches Freire foi o responsável por discutir o assunto pelo ponto de vista da química.

Para Freire, há uma tendência de simplificação de conceitos para que fenômenos complexos sejam explicados. Dessa forma, muitos dados importantes podem não chegar ao conhecimento do público. "Algumas "meias verdades" se propagam, como o fato de haver materiais que são biodegradáveis e isso, em tese, ser algo sempre positivo. Um exemplo é a matéria lançada na rede de esgoto, que é totalmente biodegradável por sua composição, tendo proteínas, gorduras e carboidratos. Porém, uma vez presente na água, esse material irá consumir o oxigênio existente por meio de metabolização, o que prejudica o ecossistema aquático", apontou.

"Ao longo de toda a história, o papel da Química sempre foi o de contribuir para um mundo melhor, por meio da transformação de materiais em produtos. No entanto, não havia a preocupação com os impactos, especialmente ambientais, que são decorrentes dos processos produtivos. Atualmente, essa percepção existe, o que é bastante positivo. A Química pode melhorar a qualidade de vida das pessoas e, ao mesmo tempo, minimizar os impactos sobre os recursos naturais", explicou.

Freire disse que eventos como a Semana de Química são importantes para aproximar o conhecimento científico do público. "A reflexão é estimulada pela presença de especialistas de diferentes áreas, o que enriquece as discussões. Além disso, estimula a consciência cidadã das pessoas ao atentar para impactos ao planeta causados pela própria ação humana, e não apenas para aqueles provocados por veículos e indústrias", compara.

Para Airton Cerqueira Leite, professor aposentado de Geografia do Ensino Médio, a Semana da Química se configurou em uma oportunidade para obter informações visando uma pesquisa. "O evento é uma referência no meio acadêmico. Atualmente, faço uma pesquisa no campo da metafísica a respeito do fim do mundo. Pelo conhecimento que adquiri com as palestras, posso agora fazer um contraponto aos princípios metafísicos, que não possuem o rigor científico", ressaltou.

Débora Cardona é estudante do segundo ano de Bacharelado em Química na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Em sua avaliação, "o evento foi bastante interessante. Participei de várias palestras e pude constatar como a área química é abrangente, o que até ajuda a pensar em um segmento específico para seguir carreira".

Trilogia - Nas duas edições anteriores da Semana da Química, os temas centrais foram "Origens (do universo, da vida e do IQ)" e "Conquistas da Química", respectivamente. Discutir o "fim do mundo" foi, na avaliação dos organizadores, o complemento de uma "trilogia" que forma a ideia de olhar o futuro sob a visão da Química. Desde a sua primeira edição, em 1981, a Semana da Química do IQ tem fins tanto acadêmicos quanto culturais. O evento visa complementar a formação dos alunos de graduação, ampliando sua visão da ciência e da sua profissão. São organizadas palestras, oficinas e mesas-redondas ministradas por pesquisadores e professores de várias universidades do País.

Homenagem - Durante o evento, o professor Ivano Gutz, organizador da Olimpíada Paulista de Química, competição também apoiada pelo CRQ-IV, foi reconhecido pela sua trajetória como profissional da Química e também por seus notáveis esforços em prol da educação química e da divulgação da ciência. O professor foi agraciado com uma placa alusiva à homenagem e ministrou uma palestra intitulada "Química: do Ensino Médio à formação de cientistas".




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