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Mai/Jun 2007 

 


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História - Funcionário mais antigo do Sistema é gerente no CRQ-IV


 
No ano em que o CRQ-IV comemora 50 anos de instalação, o Economista e Administrador de Empresas José Antônio Sacco, de 53 anos, completará 40 anos de trabalho na instituição. É o funcionário mais antigo não só da quarta região, mas também de todo o Sistema CFQ/CRQs. Ocupando atualmente o cargo de gerente de atendimento e arquivo, ele iniciou sua carreira como mensageiro, profissão mais conhecida hoje como office-boy. O emprego foi conseguido por intermédio de um tio, Victorino Luiz, que era vendedor da Livraria Triângulo, especializada em obras técnicas.

O emprego foi o primeiro e único de José Antonio, que tinha 13 anos quando ingressou na instituição. "Na realidade, foi também a primeira vez que eu usei uma calça comprida", lembra. "Eu não conhecia nada da cidade; no primeiro dia, a minha mãe me levou até o Conselho". Para quem iria trabalhar como mensageiro, não conhecer a cidade era certamente um problema.

No seu primeiro dia, o funcionário da tesouraria do Conselho se prontificou a ajudá-lo. Separou as correspondências que ele deveria entregar de acordo com localização dos destinatários e ensinou-lhe como chegar ao primeiro. A orientação era que, a cada parada, o garoto perguntasse como chegar ao próximo destino. Todas as entregas seriam feitas no centro de São Paulo, onde ficava a sede do Conselho.

Com as informações prestadas pelo destinatário da primeira carta, José Antônio atravessou o Viaduto do Chá para entregar a segunda; para entregar a terceira, teve de cruzar novamente o viaduto. Quando perguntou como chegar à quarta empresa e descobriu que deveria atravessá-lo pela terceira vez, percebeu que o colega de trabalho havia lhe pregado uma peça. Furioso, pediu a um comerciante da região que organizasse as cartas de modo correto. Gastou o resto da tarde para entregá-las. Quando voltou ao Conselho, já no final do expediente, ganhou uma bela bronca de Yolanda Silva Dias – funcionária do Ministério do Trabalho cedida ao CRQ-IV, que administrou a entidade desde o início do atendimento ao público, em outubro de 1957, até 1982.

Aquele foi o primeiro de muitos sermões que José Antônio ouviu da severa Dona Yolanda. A chefe não apenas lhe repreendia – sem motivos justos, na opinião do então mensageiro – como também não perdia a oportunidade de criticá-lo sempre que o tio Victorino visitava o Conselho. As reclamações se relacionavam ao fato de que, no entendimento de Yolanda, o jovem funcionário demorava muito para entregar as correspondências. O tio, por sua vez, repassava as queixas ao pai de José Antonio. Resultado: ele tinha de ouvir sermões no trabalho e em casa.

Depois de um ano, José Antônio decidiu por fim àquela situação e exigiu que a chefe resolvesse os problemas de trabalho com ele, não com o tio ou o pai. "Se a senhora não está contente com o meu serviço, me dispense", disse com firmeza à época. Diante da atitude do rapaz de 14 anos, Dona Yolanda decretou: "A partir de hoje, você é homem". Daquele dia em diante, José Antônio passou a ser tratado de outra maneira. "Eu fui me tornando o funcionário de confiança dela", conta.

Pouco tempo depois assumiu o cargo de auxiliar de secretaria. Aos 18 anos, foi transferido para a Tesouraria. Na época, ele já estava cursando o ensino médio e havia optado por fazer um curso Técnico em Química. Sua idéia era conseguir um emprego melhor remunerado em alguma das muitas indústrias que conheceu como funcionário do Conselho. Dona Yolanda, contudo, ofereceu-lhe o cargo de contador, mas para isso deveria fazer o curso Técnico em Contabilidade. Ele gostou da idéia, fez o curso e passou a responder pela contabilidade do Conselho em 1977.

Ficou no cargo até 1982, quando assumiu o lugar da chefe, que deixara o Conselho naquele ano. Cursava, então, segundo ano de Economia na Universidade Mogi das Cruzes (SP). Em 1985, ingressou no curso de Administração da Universidade São Judas e, com o aproveitamento de disciplinas da primeira faculdade, graduou-se em 1986.

Quando José Antônio assumiu o lugar de Dona Yolanda, o Conselho não era divido em departamentos. Assim, ele passou a responder por todos os setores. Investir na informatização foi uma de suas primeiras ações à frente da administração. Os números comprovam que sua decisão foi correta: se em 1982 o Conselho emitiu apenas duas intimações, no ano seguinte o volume pulou para 3.500.

A nova postura do CRQ-IV acabou gerando um grande número de recursos de empresas para o Conselho Federal de Química, que passou a exigir que os regionais produzissem pareceres técnicos que sustentassem a exigência de registro da empresa e a necessidade de indicação de Responsável Técnico.

Para elaborar os pareceres, o Conselho contratou o Técnico Químico Miguel Romeu Cuoculo que, mais tarde, assumiria a coordenação da Fiscalização do Conselho e, em 1986, com a reestruturação implementada pelo presidente Olavo de Queiroz Guimarães Filho, passaria a ser diretor executivo da entidade. Essa reestruturação dividiu o Conselho em cinco departamentos e José Antônio tornou-se chefe da Secretaria, setor responsável pelo atendimento ao público.

No final dos anos 1990, a entidade começou a se preocupar com o espaço físico ocupado pela documentação dos profissionais e empresas que mantinha em arquivo. Decidiu, então, digitalizar toda aquela documentação. José Antônio foi destacado para realizar esse trabalho, passando, em 1999, a ocupar o cargo de gerente de digitalização e arquivo. O trabalho foi concluído em novembro de 2006 e toda a documentação física foi transferida para a antiga sede do CRQ-IV, na rua Líbero Badaró.

Em 2007, José Antônio assumiu um novo desafio no Conselho: a gerência de atendimento. Tendo em vista que é este o setor em que os profissionais e os representantes de empresas são recebidos, "o atendimento é um dos pontos mais importantes do trabalho da nossa entidade", diz. Por isso, ele tem projetos para ampliar e modernizar a área.

A entrevista que José Antônio concedeu ao Informativo para esta matéria foi encerrada com uma pergunta simples e informal: "Zé, quanto tempo você ainda pretende ficar com a gente"? A resposta: "Por minha vontade, mais uns 15 ou 20 anos".


Yolanda, a primeira funcionária do Conselho

Uma das primeiras providências do Engenheiro Químico Júlio Rabin, ao assumir a presidência do CRQ-IV, em 1957, foi solicitar à Delegacia Regional do Trabalho de São Paulo a cessão de uma funcionária para executar serviços de secretaria. O pedido foi atendido dois meses depois. A escolhida foi a auxiliar administrativo Yolanda da Silva Dias. Figura lendária entre os funcionários mais antigos do Conselho, Dona Yolanda, com era chamada, costumava brincar dizendo que participou da redação da Lei 2.800/56, que criou o Sistema CFQ/CRQs.

Apesar de seu lembrada pelos funcionários mais antigos da Casa por sua severidade, o gerente de atendimento e arquivo José Antônio Sacco, que trabalhou com ela durante 14 anos, admite que Yolanda teve papel fundamental na história do CRQ-IV. “Ela preparava o café, fazia as carteiras dos profissionais, auxiliava o presidente, atendia o balcão, ligava para as empresas para cobrar o registro”, descreve o gerente.

Quando deixou o Conselho, Dona Yolanda foi viver no seu sítio, em São João da Boa Vista. Faleceu em 1998, aos 78 anos de idade.

 




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