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Set/Out 2019 

 


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Pesquisadores da UnB e Embrapa criam biofertilizante luminescente


Marcello Casal Jr/Agência Brasil

  Por ser luminescente, nanocomposto Krill A32 permite rastrear sua absorção pelos alimentos

O Instituto de Química da Universidade de Brasília (UnB), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), desenvolveu a substância Krill A32, um biofertilizante luminescente a base de carbono que está em fase de depósito de patente no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

O nome Krill é uma referência a pequenos crustáceos (de 1 a 2 centímetros) que servem como alimento a diversas espécies marinhas, inclusive baleias, e são fundamentais para a manutenção dos ecossistemas nos oceanos.

Como possibilita o crescimento rápido das plantas, o nanocomposto poderá ser utilizado na recuperação de áreas degradadas, no manejo florestal para produção de madeiras e celulose e na intensificação da atividade agrícola – sem a necessidade de aumentar áreas plantadas. Por ser atóxico, pode ser aplicado nas raízes e nas folhas das plantas. Foi estudada a aplicação com alface, algodão, alho, arroz, cacau, milho, soja e tomate. Como a substância é luminescente, é possível rastrear sua absorção nos alimentos.

O Krill A32 funciona como um carreador que, além de potencializar a captação de energia, pode transportar substâncias para proteger a planta e enriquecer os alimentos. “O que nós temos é um veículo. Esse veículo sozinho funciona como um estimulante que melhora a produção, o aproveitamento da água e a taxa de fotossíntese”, descreve a Química Carime Rodrigues, uma das responsáveis pela pesquisa na UnB.

“Os primeiros estudos foram feitos via foliar. Isso porque o tamanho do estômato [conjunto de células localizadas nas folhas] é mil vezes maior que o tamanho do nosso composto. Ao passar, o Krill leva os íons, nutrientes que estão aderidos a ele. Seria como injetar na veia da planta”, detalha o Engenheiro Químico Rogério Faria, colega da mesma equipe.

Juscimar da Silva, engenheiro agrônomo da Embrapa, acrescenta que o Krill “fica alojado na folha, onde capta a luz do sol que a planta normalmente não utiliza”. De acordo com o especialista, o nanocomposto começa a emitir luz na clorofila que transforma dióxido de carbono e água em carboidratos e oxigênio. “É como se fossem pequenas luzes de LED dentro da planta, que recebe o sinal luminoso e o converte em energia química, com a qual vai fazer mais carboidratos, ter mais folhas e mais frutos”, explica.

O aumento da taxa fotossintética faz com que a planta aproveite melhor a água que recebe, o que a torna menos vulnerável ao “estresse hídrico” causado pela estiagem das chuvas ou dificuldades de irrigação. O processo também aumenta a germinação de sementes.

Além das propriedades que favorecem o desenvolvimento das plantas, o nanocomposto pode ser um veículo de carreamento para outras substâncias. Pode levar, por exemplo, zinco, selênio e ferro para os frutos e, assim, fazer a biofortificação para enriquecer alimentos. “Queremos reduzir a erosão alimentar. As pessoas estão se alimentando com muitas calorias e ingerindo poucos nutrientes. Enriquecer algumas plantas é uma de nossas ideias”, comenta Rogério Faria. Além de ter potencial para reduzir o consumo de fertilizantes, o Krill A32 pode também diminuir a necessidade de aplicação de defensivos agrícolas, complementa.

“A nossa ambição principal é aumentar a capacidade produtiva de áreas já desmatadas”, diz Carime Rodrigues. Ela também informa que há “interesse no desenvolvimento de pesticidas usando esse material como veículo”.


Com informações da Agência Brasil






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