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Set/Out 2019 

 


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Relatório diz que 1,3 bilhão de trabalhadores não atendem exigências do mercado


CNI

Dirigentes da WorldSkills dizem que certas competências técnicas estão se tornando obsoletas duas a três vezes mais rápido do que há 50 anos

Mais de 1,3 bilhão de pessoas no mundo deixam de atender às exigências dos empregos que ocupam, seja por falta ou excesso de qualificação para a vaga. A “lacuna de competências” custa cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. A conclusão é do relatório “Missão Talento - Unicidade: um desafio global para um bilhão de trabalhadores”, apresentado durante a 45ª WorldSkills, a olimpíada global de profissões técnicas, realizada na Rússia em agosto.

O déficit de talentos é um “imposto” sobre a produtividade empresarial que pesa tanto para os indivíduos quanto para as empresas, e ocorre devido ao descompasso entre as qualificações de trabalho que estão em demanda dos empregadores e do que realmente está em oferta. Segundo dirigentes da WorldSkills, certas competências técnicas estão se tornando obsoletas duas a três vezes mais rápido do que há 50 anos, o que está acentuando essa lacuna.

O trabalho foi realizado pelo Boston Consulting Group (BCG), empresa de consultoria em gestão e estratégia de negócios, pela WorldSkills Rússia e pela Rosaton, companhia estatal russa de energia nuclear. O estudo incluiu entrevistas com 100 dirigentes de empresas em 12 países. O objetivo principal era pesquisar as melhores práticas em desenvolvimento de pessoas em comparação com o atual cenário de mudanças econômicas, tecnológicas e sociais sem precedentes.

EXEMPLO – A empresa nuclear russa, por exemplo, possui um “ecossistema de talentos” que acompanha o indivíduo em sua jornada profissional desde o jardim de infância, passando pela escola, a universidade até a própria empresa. Atualmente, esse universo inclui cerca de 400 creches e escolas, mais de 230 faculdades e universidades e um sistema de progressão na carreira para os 260 mil funcionários.

“No nosso projeto, prestamos muita atenção na qualidade das escolas de Ensino Médio e temos parcerias com universidades que capacitam nossos profissionais nas competências de que precisamos”, conta a diretora de recursos humanos da Rosaton, Tatyana Terentyeva. “As mudanças que estão ocorrendo no mundo são tão drásticas e rápidas que temos, junto com nossos parceiros, escolas e universidades, de buscar manter atualizados os programas de qualificação”, diz ela.

De acordo com o presidente eleito da WorldSkills, Jos de Goey, o caminho para superar a lacuna de competências existente e evitar que ela se aprofunde é ofertar diferentes opções de formação para os jovens. “A resposta é: educação, educação e educação. Além disso, os governos devem assegurar que os investimentos não sejam apenas no Ensino Superior, em universidades, mas também na Educação Profissional”, defende.

No Brasil, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) possui um observatório dos 28 setores da indústria para manter atualizados seus cursos, de acordo com as necessidades do mercado de trabalho. O Modelo Senai de Prospecção permite prever quais serão as tecnologias utilizadas no ambiente de trabalho em um horizonte de cinco a dez anos, o que reduz a lacuna de competências e oferece os melhores talentos às empresas.

A metodologia já foi transferida a instituições de mais de 20 países na América do Sul e no Caribe. O método foi apontado ainda pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como exemplo de experiência bem-sucedida na identificação da formação profissional alinhada às necessidades futuras das empresas.

ATUALIZAÇÃO – “O Senai tem duas metodologias: o Mapa do Trabalho Industrial, com o qual acompanhamos a geografia do emprego, e o observatório tecnológico. Com ele fazemos uma análise de cenários, acompanhando sempre cinco anos à frente em cada um dos setores industriais”, explica o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi.

“Estamos sempre capacitando os nossos alunos nas novas tecnologias em todos os setores, de tal forma que o estudante do Senai está sempre atualizado com o que o mundo do trabalho vai exigir dele no futuro”, completa.

O competidor brasileiro na WorldSkills de Aplicação de Revestimento Cerâmico, Lucas Giovani Gomes, de Bauru (SP), relata que, na sua área, a maioria dos profissionais não tem formação específica para oferecer serviços de excelência, o que compromete a qualidade para o consumidor final.

“Hoje, no Brasil, as pessoas aprendem mais na prática, o que prejudica o contratante do serviço”. Ele, que fez curso no Senai e chegou à cidade russa de Kazan, no mundial de profissões técnicas, acredita que será um profissional diferenciado. “O mercado está mudando, está exigindo mais, porque o mundo inteiro está evoluindo. A construção civil também segue esse caminho e o profissional também precisa evoluir”, afirma.

Marcelo Augusto dos Santos, de Pederneiras (SP), competidor de Pintura Automotiva, por sua vez, diz que, em sua área, a qualificação já é uma exigência para atuar no mercado. “Antigamente, os profissionais atuavam apenas a partir da experiência, mas agora com as novas tecnologias chegando ao Brasil é necessário fazer algum curso e se manter atualizado, senão você fica ultrapassado. A qualificação é essencial”, diz ele.



Brasil conquista terceiro lugar na competição

 

O Brasil ficou entre os países com a melhor educação profissional do mundo. A delegação brasileira de 63 jovens conquistou o terceiro lugar no ranking geral de pontos da WorldSkills, a olimpíada mundial de profissões técnicas, realizada em agosto na cidade de Kazan (Rússia).

A equipe brasileira foi representada por 56 alunos do Senai e sete do Senac. Entre os destaques, a medalha de bronze obtida pela Técnica em Química Daniela dos Santos Carneiro (foto) na categoria Tecnologia de Laboratório Químico. Natural de Conceição do Coité, no interior da Bahia, ela disputou a prova com candidatos da Áustria, Colômbia, China, Finlândia, Cazaquistão, Rússia, Singapura e Reino Unido.

Ao final de quatro dias de provas em 56 modalidades que reproduziram o dia a dia do mercado de trabalho, os brasileiros conquistaram duas medalhas de ouro, cinco de prata, seis de bronze, assim como 28 certificados de excelência, em áreas estratégicas para a indústria do futuro.

Nesta edição, 1.354 jovens de 63 países participaram do torneio. A China, que sediará a próxima WorldSkills, em 2021, na cidade de Xangai, ficou em primeiro lugar, seguida da Rússia. A Coreia do Sul ficou em quarto lugar.

O Brasil foi campeão em 2015, quando a competição foi realizada pela primeira vez na América Latina. Na edição seguinte, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, ficou com o vice-campeonato.

Com informações e imagens da Confederação Nacional da Indústria.





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