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Mar/Abr 2013 

 


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O Papa e a Química


Independente das opções religiosas, a escolha do argentino Jorge Mario Bergoglio, agora Papa Francisco, para o comando da Igreja Católica colocou em evidência dois fatos que inseriram a química no contexto desse acontecimento mundial. O primeiro, que já mereceu atenção em outras eleições papais, refere-se à fumaça que é produzida ao final das votações para escolha do Sumo Pontífice. O segundo, este inédito, tratou da opção profissional que Bergoglio fez antes de abraçar o sacerdócio.

A cor da fumaça resulta de reações químicas. Há dois fornos na Capela Sistina. Em um deles são incinerados os votos dos cardeais. No outro, simultaneamente é queimada a mistura que produz a fumaça com a cor apropriada.

A fumaça preta é obtida pela oxidação de antraceno (C14H10) e enxofre (S) pelo perclorato de potássio (KClO4). Já a fumaça branca é o resultado da reação entre clorato de potássio (KClO3), lactose (C12H22O11) e uma resina sólida, amarela e transparente denominada colofônia, também chamada de breu.

A química também ganhou destaque quando se soube que Bergoglio, ainda jovem, obteve formação na área. Enquanto algumas notícias diziam que ele foi Técnico em Química, outras informavam que ele era Engenheiro Químico e até que possuía um mestrado. O assunto não foi esclarecido até agora, mas se considerarmos que Bergoglio decidiu-se pelo sacerdócio aos 21 anos de idade, é pouco provável que tenha tido tempo para concluir um curso superior.

A discussão sobre a formação acadêmica do novo Papa serviu de gancho para que o professor Sérgio Rodrigues, do Departamento de Química da Universidade de Coimbra (Portugal), escrevesse um artigo sobre o quanto as notícias confundiram o leitor acerca das atividades dos Químicos e Engenheiros Químicos. Num texto didático, Rodrigues explica que “a química tem como tema as propriedades e transformação dos materiais em pequenas quantidades (...). A engenharia química é um ramo da engenharia que trata de produzir esses materiais em grandes quantidades, otimizando e controlando os processos industriais”.

No mesmo artigo, Rodrigues também comenta a predileção de Francisco pela literatura de seu compatriota Jorge Luis Borges e cita dois contos do argentino em que se cruzam a fé, a alquimia e a química: O Livro de Areia e A Rosa de Parecelso.
Vale conferir o artigo de Sérgio Rodrigues em http://migre.me/dXURE.

Entendendo a química da fumaça (*)

Perclorato de potássio (fumaça preta) – é um sal de fórmula KClO4. Forte oxidante, é uma substância cristalina incolor. Trata-se de um dos oxidantes mais comuns utilizados em fogos de artifício, munições, explosivos e propelentes. De todos os percloratos, é o que tem a solubilidade mais baixa (1,5g em 100g de água a 25°C).

Como oxidante, o KClO4 reage com uma grande variedade de substâncias orgânicas e inorgânicas. Um exemplo é a oxidação da glicose (C6H12O6): 3 KClO4 + C6H12O6 → 6 H2O + 6 CO2 + 3 KCl. Os produtos da reação são água, dióxido de carbono e cloreto de potássio.

Clorato de potássio (fumaça branca) – é um sal de fórmula KClO3. É uma substância cristalina branca e tem diversas aplicações industriais. É usado como agente oxidante para produzir oxigênio em laboratório e na fabricação de explosivos e fogos de artifício. Também é usado como desinfetante e em fósforos de segurança.

Como agente oxidante, o clorato de potássio reage com enxofre resultando em cloreto de potássio e dióxido de enxofre: 2 KClO3 + 3 S → 2 KCl + 3 SO2. Já a reação com carbono (na forma de carvão) resulta em cloreto de potássio e dióxido de carbono: 2 KClO3 + 3 C → 2 KCl + 3 CO2.

(*) Colaboração do Professor Antonio Carlos Massabni - Unesp/Araraquara





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