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Nov/Dez 2011 

 


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Pesquisador reverte descrédito e ganha o Nobel deste ano
Autor(a): Antonio Carlos Massabni


O Prêmio Nobel de Química de 2011 foi concedido ao cientista Dan Shechtman, do Instituto de Tecnologia de Israel, pela descoberta dos quasicristais. Sua descoberta rompeu todas as regras de simetria aceitas na cristalografia. O prêmio foi uma recompensa pela perseverança de Shechtman, que em sua trajetória enfrentou muitas resistências de cristalógrafos e químicos, convencidos de que ele estava totalmente equivocado.
 
Em abril de 1982, Shechtman realizou um experimento de difração eletrônica utilizando uma liga de alumínio (Al) e manganês (Mn). O difratograma obtido era, no mínimo, estranho pois era constituído de círculos concêntricos de dez pontos igualmente espaçados. Em seu caderno de anotações do laboratório ele escreveu “eixo 10???”, estranhando o resultado, pois de acordo com os conceitos vigentes, os cristais deveriam ter somente os eixos de simetria 2, 3, 4 e 6.

Shechtman, que na época era pesquisador do National Institute of Standards and Technology, nos Estados Unidos, estava convencido de que sua descoberta não era acidental. Ele acreditava que tinha encontrado um cristal supostamente com o “impossível” eixo de simetria 5, o que gerou grande desconfiança de outros cientistas. Por causa disso, Shechtman chegou a ser hostilizado por vários cientistas, inclusive pelo químico Linus Pauling, ganhador do Prêmio Nobel por duas vezes, que o teria chamado de “quasicientista”.

Dan Shechtman, que atualmente trabalha no Instituto de Tecnologia de Israel, afirmou em entrevista ao site oficial do Prêmio Nobel que, com sua descoberta,  aprendeu que um bom cientista deve ter humildade suficiente para perceber que as novidades na Ciência são imprevisíveis.

Os cristais são considerados sólidos com estruturas que se repetem infinitamente e se estendem em três dimensões. Se um cristal com simetria quatro girar 90 graus sobre um eixo de ordem 4, a estrutura anterior é totalmente recoberta. Isto não acontece rigorosamente com os quasicristais, que têm simetria 5, pois alguns átomos não são recobertos. Os quasicristais constituem, portanto, um aspecto fascinante da Química e da Ciência dos Materiais, uma vez que as regras existentes do que é um cristal foram completamente transgredidas.

Segundo David Phillips, presidente da Royal Society of Chemistry, “é possível explicar normalmente, com termos simples, onde os átomos se situam em um cristal, pois o cristal é totalmente simétrico, mas nos quasicristais a simetria não é respeitada integralmente, uma vez que eles apresentam modelos estruturais regulares que nunca se repetem”. Phillips complementa: a descoberta é maravilhosa e tem grande potencial de aplicações em ligas e revestimentos. Para ele, o Prêmio Nobel deste ano é um reconhecimento à pesquisa fundamental.
 
 
 
 Foto: Technion-Israel Institute of Technology
 
O autor é professor titular do Instituto de Química da UNESP de Araraquara.
 




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