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Mar/Abr 2010 

 


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Graduando da Unicamp é coautor de artigo publicado pela revista Science


Aos 21 anos de idade, o paulista da cidade de Marília, Ricardo Barroso Ferreira, já tem acrescentado em seu currículo um feito perseguido por muitos profissionais renomados. Estudante de graduação em química na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ele integrou um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) que, em 12 de fevereiro deste ano, publicou um artigo na revista norte-americana Science. Tão surpreendente quanto o fato de um graduando ter aparecido num dos periódicos científicos mais importantes do mundo é o tema do trabalho publicado: a produção de um cristal sintético tridimensional que pode capturar emissões de dióxido de carbono. O estudo abre a possibilidade para o desenvolvimento de tecnologias para filtros capazes de eliminar ou reduzir consideravelmente a poluição originária de tais emissões.

Sob o título Multiple Functional Groups of Varying Ratios in Metal-Organic Frameworks, a pesquisa foi coordenada pelo professor Omar Yaghi, que anos de 1990 criou uma nova classe de materiais. Tecnicamente chamada de “estruturas metal-orgânicas”, essa classe ficou conhecida como “cristais-esponja” devido à sua capacidade de armazenar gases de difícil confinamento e transporte. Essa propriedade decorre dos poros em nanoescala que formam tais estruturas.

Os cristais apresentados no artigo da Science são mais avançados que os descritos na década passada. Enquanto aqueles eram sintetizados com apenas um ligante orgânico, na produção dos atuais empregou-se uma mistura de ligantes análogos de diferentes funcionalidades. Isso permitiu a obtenção de um material contendo grupos orgânicos diferentes na superfície de seus poros, ampliando sua estabilidade e em até 400 vezes o poder de captura de dióxido de carbono.

Intercâmbio

Pouco desenvolvida no Brasil, a linha de pesquisa do professor Yaghi foi o que despertou o interesse de Ferreira. Assim que chegou aos EUA, ele tratou de se inteirar dos trabalhos e já na primeira semana na UCLA passou a testar, em laboratório, algumas das teorias pesquisadas pelo grupo. “No artigo publicado pela revista, pode-se observar que há a síntese e caracterização de uma série de materiais com diferentes misturas de ligantes em sua composição. Eu fiquei encarregado da síntese e caracterização de parte destes materiais”, explicou o jovem pesquisador.

Selecionado pelo Programa Piloto de Intercâmbio em Pesquisa para Bolsistas de Iniciação Científica da Área de Química mantido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) em conjunto com a National Science Foundation, dos EUA, o aluno da Unicamp começou seu estágio na UCLA no início de 2009. O programa prevê a oferta de estágios de até 12 semanas em laboratórios de pesquisa das universidades americanas. Em dois anos de existência, o intercâmbio beneficiou 38 estudantes.

Segundo afirmou Ferreira, o programa foi uma ótima oportunidade para ampliar os horizontes da linha de pesquisa – materiais lamelares, peneiras moleculares e zeólitos – que ele vinha desenvolvendo no Brasil sob a orientação da professora Heloise de Oliveira Pastore. Aliás, ao lado dela e de César R. da Silva, o estudante foi coautor de um artigo relacionado ao recolhimento de dióxido de carbono com a finalidade de produzir armazenamento geológico, publicado na revista Langmuir, da American Chemical Society, em 2008. Segundo divulgou a agência Fapesp, a boa re-percussão desse trabalho foi uma importante referência para que Ferreira fosse selecionado para o estágio na UCLA.

O estudante vincula a chance que teve aos professores que conheceu ao longo da vida. “A área de ciências sempre foi minha favorita. No colegial já tinha quase certeza de que queria ser pesquisador, mas a dúvida era em qual área seguir: Biologia ou Química”. Mesmo sem formação técnica de nível médio, Ferreira optou pela química e hoje se diz muito satisfeito.

Matriculado no último semestre de seu curso, seu próximo passo será iniciar a pós-graduação. “Pretendo, cada vez mais, me inserir no meio acadêmico e buscar transformar minhas pesquisas em conquistas para o País”, completou.





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