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Mar/Abr 2009 

 


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Entidade reúne profissionais que atuam na ind. têxtil


Difícil saber se os estilistas entendem de Química, mas o fato é que o mundo da moda não teria o mesmo glamour não fosse a "forcinha" tecnológica que essa ciência e seus profissionais proporcionam a cada dia à essa indústria que movimenta milhões de dólares no mundo todo. Só no Brasil, segundo estimativa feita em 2007 pelo professor Sérgio Garrido, da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo, o setor é responsável por 7% do Produto Interno Bruto, que em 2008 alcançou R$ 2,9 trilhões. Tal participação poderia ser até maior não fosse a ferrenha concorrência dos produtos chineses.

Foi percebendo a grandeza desse setor e as oportunidades que ele oferecia que, em dezembro de 1974, um grupo de profissionais fundou a Associação Brasileira de Químicos e Coloristas Têxteis (Abqct). Baseada em São Paulo e presidida atualmente pelo Técnico Têxtil e Bacharel em Química Evaldo Turqueti, a entidade possui cerca de 1.200 sócios em todo o País.

Promover, fomentar e aprimorar os conhecimentos tecnológicos dos profissionais da química que atuam na indústria têxtil são os objetivos da associação. "A criação da Abqct representou um aumento do nível de conhecimento técnico para os associados", salienta Turqueti, que ocupa o cargo de Gerente de Desenvolvimento e Qualidade da Santaconstancia. Dona de lugar destacado no setor, a empresa foi fundada em 1948 e está localizado na Zona Norte da capital paulista.

O campo de atuação para os profissionais da química na indústria têxtil é bastante amplo, incluindo atividades que vão desde o desenvolvimento de fibras sintéticas até a definição da formulação dos pigmentos que serão usados no tingimento dos tecidos. Mas o trabalho desse profissional começa bem antes das fases de pesquisa e produção. Duas das suas principais tarefas estão relacionadas à água utilizada e no tratamento e destinação dos efluentes gerados ao final dos processos.

A indústria têxtil utiliza grandes volumes de água, principalmente na fase de acabamento. É privativa do Profissional da Química a função de submeter a água captada – seja da rede pública ou de fontes naturais –a tratamentos físico-químicos destinados a eliminar impurezas. Para evitar que ocorram danos ambientais, a água utilizada na produção passa por análises para avaliação do pH, concentração de pigmentos e da temperatura. De acordo com os resultados das análises, o profissional define e aplica os mais adequados processos de clarificação, neutralização e resfriamento, entre outros, para que os efluentes sejam descartados de forma segura.

Os Químicos também atuam na fiação e tecelagem, especialmente no desenvolvimento de fibras sintéticas. Os profissionais do setor definem esta parte da indústria como "área seca". Atualmente, as pesquisas estão direcionadas ao desenvolvimento dos chamados "tecidos inteligentes", capazes de se adaptar melhor ao corpo, às mudanças de temperatura do ambiente etc. Há até tecidos que mudam de cor conforme a temperatura do corpo. Este último produto foi desenvolvido pela Basf e apresentado no Brasil durante a São Paulo Fashion Week, ocorrida em janeiro. Tal  peculiaridade é proporcionada por uma tecnologia chamada tingimento termo crômico.

De acordo com Evaldo Turqueti, o grande campo de trabalho para os pro- fissionais da química é na chamada "área molhada", ou seja, a que concentra as fases de acabamento. Dependendo das condições em que os fios saem da tecelagem e do destino que lhes será dado, são aplicados tratamentos que confiram as características desejadas ou lhes permitam passar para as fases seguintes da produção. Um dos processos mais comuns é a desengomagem que, como sugere o nome, significa a eliminação dos engomantes adicionados aos fios durante o tecimento para aumentar sua resistência. Depois de formado o tecido, no entanto, os engomantes precisam ser eliminados, uma vez que formam uma camada que impossibilita a penetração de produtos químicos usados nos banhos de acabamento. A desengomagem é feita com enzimas, num processo no qual a temperatura, o pH e a concentração dos produtos utilizados precisam ser rigorosamente controlados.

Concluídos estes e outros pré-tratamentos, parte-se para o tingimento. Esta é uma etapa que requer acompanhamento constante do profissional, quer no controle das matérias-primas utilizadas, tais como alvejantes, amaciantes, pigmentos e resinas, quer no controle dos parâmetros do processo de tingimento. Mais comumente, essa fase é conduzida pelos chamados "coloristas", que podem ser técnicos químicos, têxteis ou mesmo químicos de nível superior. Sua função básica é fazer a escolha adequada dos corantes e definir os processos de tingimento.

Estrutura - Além da sede nacional na cidade de São Paulo, a Abqct possui três núcleos regionais: Americana (SP), Blumenau (SC) e Natal (RN). Essas localidades foram escolhidas por serem polos têxteis. Mas, qualquer região pode formar um núcleo, basta que encaminhe um pedido de autorização para a diretoria nacional da entidade. Por meio de seus núcleos, a associação detecta as deficiências dos profissionais e oferece palestras e cursos destinados a suprir as demandas de caráter técnico.

Além de descontos e gratuidades em cursos e palestras, a Abqct proporciona aos associados o envio gratuito das publicações que edita. Semanalmente, os associados recebem o informativo eletrônico ABQCT online, uma publicação que aborda os principais eventos e notícias ligadas à entidade e ao setor. Trimestralmente, é remetida a versão impressa da revista Química Têxtil, um veículo que publica, em português, artigos técnicos produzidos por pesquisadores brasileiros e estrangeiros.

A importância da Abqct para indústria têxtil já vai além das fronteiras nacionais. Desde 1985, a entidade é membro titular da Federação  Latinoamericana de Química Têxtil (Flaqt). A principal atividade dessa entidade é organizar, a cada dois anos, um congresso regional focado no aprimoramento técnico dos profissionais de várias áreas ligados ao setor, como as indústrias de fibras, pigmentos, corantes, máquinas e de lavanderias industriais. O último congresso foi realizado no Chile, em 2008, e o próximo ocorrerá no Peru, em 2010.

Associação - Todos os profissionais da química que trabalham no setor podem se associar à Abqct. A ficha de adesão está disponível no site www.abqct.com.br. Também é aceita a associação de estudantes. A taxa associativa é anual e custa R$ 80,00, para profissionais, e R$ 40,00, para estudantes.Outras informações pelo telefone (11) 4195-4931 ou pelo e-mail: abqct@abqct.com.br.
 
Saiba mais sobre as atividades dos profissionais da química na indústria têxtil acessando o site Quimica Viva, mantido pela Comissão de Divulgação do CRQ-IV
(
www.crq4.org.br/quimicaviva).




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