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Nov/Dez 2000 

 


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Fontes de métodos analíticos
Autor(a): por Maria Silvia Martins de Souza


Num laboratório de Controle de Qualidade é freqüente a necessidade de implantar novas rotinas analíticas para verificação de parâmetros físico-químicos, seja em matérias-primas, seja em produtos acabados. É, obviamente, imprescindível que os métodos utilizados sejam totalmente confiáveis, isto é, exatos e precisos. Buscamos neste artigo sugerir algumas fontes deste tipo de método, comumente adotadas em vários segmentos da indústria química.
 
Para cada tipo de produto existem publicações indicadas. Por exemplo, o profissional que pretendesse implantar metodologia analítica para verificação de potabilidade de água deveria analisar os parâmetros prescritos na Portaria 36 do Ministério da Saúde, de 19/01/1990. Conforme indicado no capítulo 2, parágrafo 22 daquela portaria, os métodos a serem usados são os descritos no "Standard Methods of Analysis of Water and Waste Water". Trata-se de um compêndio de métodos que tem cerca de 1.100 páginas em sua 19a edição, publicada em 1995. É preparado e editado conjuntamente por três instituições americanas: American Public Health Association (APHA); American Water Works Association (AWWA) e Water Environment Federation. Nesta obra, encontram-se métodos para determinação de diversos parâmetros físico-químicos em água e efluentes como, por exemplo, metais por várias técnicas, teor de cloro livre, residual, alcalinidades etc. Este livro pode ser comprado em várias livrarias técnicas locais ou diretamente pela Internet, custando ao redor de US$ 200. Para consulta, esta obra está disponível nas grandes bibliotecas ligadas à química, como a do Instituto de Química da Universidade de São Paulo. A instituição não possui, entretanto, a 20a edição, publicada em janeiro de 1999.
 
Da mesma forma, existem fontes indicadas para outros produtos. Alguns exemplos estão na tabela 1. Como ocorre com as análises de água, observa-se um total predomínio das referências estrangeiras.

Tabela 1: Exemplos de fontes de métodos analíticos.
 
PRODUTOS
FONTES DE MÉTODOS CONFIÁVEIS
Fármacos
Farmacopéias (Americana, Brasileira, Britânica, Européia, etc.)
Óleos e Gorduras
 AOCS - American Oil Chemist's Society
Reagentes P.A.
ACS - American Chemical Society
Alimentos
FCC - Food Chemical Codex Codex Alimentarius Normas do Instituto Adolfo Lutz
Cosméticos
CTFA Standards: Methods (Cosmetic, Toiletry and Fragance Association, Inc) ou Poucher's Perfumes, Cosmetics and Soaps Vol. 3, 9ª Edição; 1991

Outras referências muito importantes de métodos para as indústrias em geral, incluindo as químicas, são as normas técnicas. Criadas para padronizar os procedimentos experimentais, as normas, em geral, contêm os seguintes tópicos:
  • escopo: define o método e sua aplicabilidade;
  • aplicações e usos: cita para quais amostras o método se aplica;
  • equipamentos, reagentes e materiais: lista os reagentes, equipamentos e outros materiais necessários;
  • precauções de segurança: indica procedimentos de segurança eventualmente necessários na execução do método;
  • procedimento: descreve detalhadamente a rotina experimental;
  • cálculos, precisão e desvio: indica a forma de obtenção dos resultados e os erros envolvidos.
Quase todos os países têm suas normas. No Brasil, as normas técnicas são as "NBR", publicadas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Exemplificando o tipo de informação contida nas normas, pode-se dizer que um profissional que necessite determinar teores de cobre em álcool etílico por espectrometria de absorção atômica encontrará a descrição completa deste procedimento na NBR 10893. Interessados em método para determinação de íons cloreto e sulfato por cromatografia iônica o obterão na NBR 10894 e assim por diante.

As "NBR" podem ser adquiridas diretamente na ABNT. A compra pela internet também é possível pelos sites www.abnt.org.br ou www.target.com.br, este último endereço é da Target Engenharia e Consultoria, credenciada pela ABNT para efetuar estas vendas.

Além das normas brasileiras, as normas americanas, conhecidas pela sigla "ASTM" (American Society for Testing and Materials), são de grande relevância na avaliação da qualidade de produtos químicos. Começaram a ser organizadas em 1898. Atualmente, compõe-se de 130 comitês, formados por fabricantes, usuários, consumidores fiscais, representantes do governo e de instituições de pesquisa. Cada comitê trata de um segmento específico. A coleção de 1999 contém 73 volumes, divididos em 16 seções que incluem, por exemplo, produtos de aço e ferro na seção 1; produtos de petróleo, lubrificantes e combustíveis fósseis na seção 5; produtos têxteis na seção 7, e várias outros.

Normas técnicas igualmente importantes para o setor químico estão citadas na tabela 2. Na área ambiental, as fontes de método mais usadas, além das "ASTM" e do "Standard Methods", são as normas da CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) e as da EPA (Environmental Protection Agency), órgão ambiental norte-americano.

Tabela 2: outras normas bastante usadas no setor químico e seus países de origem:

PAÍS
NORMAS
Alemanha
DIN - Deutsches Institut für Normung e.V.
Japão
JISC - Japanese Industrial Standards Committee
Inglaterra
BSI - British Standards Institution
Internacionais
ISO - International Organization for Standartization

Outra importante referência para a busca de métodos analíticos é o "Analytical Abstracts", um banco de dados de química analítica, publicado pela Royal Society of Chemistry; sediada em Cambridge, Inglaterra. O volume 1 data de 1954. É publicado um volume por ano, com 12 fascículos, um por mês. Pode ser encontrado impresso em algumas bibliotecas públicas voltadas à química ou consultado "on-line" (www.cas.org/stn.html) mediante pagamento de assinatura. As buscas são feitas por palavras-chaves, resultando em uma lista de resumos das obras compiladas pelo banco que incluem artigos, normas, livros, teses, etc. Havendo interesse na recuperação destas na íntegra, fotocópias podem ser solicitadas por intermédio do próprio banco ou de instituições e empresas especializadas.

A obtenção da metodologia adequada é uma das etapas mais importantes na implantação de um laboratório de controle de qualidade. Outras fases igualmente relevantes são, entre outras, o estabelecimento de especificações, a capacitação do laboratório, a forma correta de trabalhar com a vidraria, as técnicas de amostragem e a preparação do boletim técnico.

Tópicos fundamentais para a adequada implantação e funcionamento de um laboratório de controle de qualidade, são abordados em curso com o mesmo título que oferecemos aos profissionais da química, em convênio com o CRQ-IV Região.





Maria Silvia Martins de Souza é diretora técnica da P&D Consultoria Química.Contatos podem ser feitos pelo endereço www.pdconsultoria.com.br ou pelo telefone (0xx11) 5579-1239.




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