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Set/Out 2021 

 


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Pesquisa feita na Unicamp obtém extrato de antimalárico natural


Já patenteado, invento obteve teor duas vezes maior de artemisinina

Uma pesquisa conduzida na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) conseguiu obter frações enriquecidas e com alto grau de pureza de artemisinina, um antimalárico natural. O composto é extraído da artemísia (Artemisia annua), um arbusto de origem asiática usado há séculos para o tratamento da febre da malária. O princípio ativo e seus derivados são insumos farmacêuticos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, no Brasil, pelo Ministério da Saúde, para combater a doença, que ainda não tem vacina.

A tecnologia de purificação consiste em fazer a extração da artemisinina, com dióxido de carbono supercrítico, combinada em série com o estágio da purificação em colunas de adsorção. O trabalho possibilitou o depósito de uma patente pela Inova Unicamp, com registro concedido em julho deste ano.

Pedro Amatuzzi

Vieira e Rosa fez a pesquisa com Maria Meirelles

“Nosso objetivo no estudo, que resultou na tecnologia, era obter o máximo de artemisinina no extrato com a maior pureza, sem a utilização de solventes orgânicos danosos. O processo é simultâneo, ou seja, de maneira sequencial. No final, o material sólido da artemísia sai de um lado e a artemisinina concentrada do outro”, comenta a pesquisadora Maria Angela de Almeida Meireles, uma das autoras da pesquisa.

A extração pelo método convencional resulta numa quantidade relativamente baixa de artemisinina no extrato. Esses processos também usam solventes orgânicos em todos os estágios, que podem ser tóxicos e deixar traços no produto. A tecnologia de extração supercrítica apresenta vantagens tecnológicas e ambientais, com o uso de solventes que não prejudicassem a natureza, como o CO2 e o etanol.

Processo otimizado – Com o novo processo, os pesquisadores obtiveram um teor de artemisinina superior a 34% na fração enriquecida do composto farmacêutico (o dobro de outras técnicas convencionais), sem gerar resíduos tóxicos na produção nem contaminar a amostra, ou seja, com alto grau de pureza. Um extrato com esse teor de artemisinina representa um rendimento de processo de 80% a 90%, ou até mesmo maior, otimizando-se as condições de temperatura, pressão e vazão de solventes. Também foram reduzidos os estágios intermediários de fabricação, pois os fluidos supercríticos são mais fáceis de remover da amostra.

O processo compreende, pelo menos, três etapas. Na primeira, a massa sólida da planta é acomodada no extrator e entra em contato com o solvente (CO2). Na segunda etapa, de adsorção, a mistura das substâncias de interesse fica retida na superfície do adsorvente em uma coluna fracionada, disposta em linha no mesmo circuito. Por fim, acontece a dessorção, que é a separação das substâncias de interesse do sólido dessorvente. A dessorção é realizada adicionando etanol ao dióxido de carbono supercrítico.

Mercado – Entre os produtos de maior interesse na tecnologia está o próprio medicamento para a malária. Apesar de uma redução expressiva no Brasil nos últimos anos, a doença, que atinge principalmente a região Amazônica, ainda representa um problema de saúde pública. Estima-se que mais de 150 municípios brasileiros ainda registrem casos de malária.

A artemisinina também possui características antiinflamatórias que podem ser aplicadas pela indústria no desenvolvimento de outros produtos. Os pesquisadores da Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp vêem na tecnologia uma oportunidade de produzir extratos nacionais mais ricos, explorar novos e diferentes usos para a artemisinina – em formas injetáveis, comprimidos e suspensões –, e avaliar o potencial de compostos da planta que, hoje, não têm grande valor comercial.

“A artemisinina tem oxigênio na estrutura da molécula. Usamos a polaridade, ou seja, a afinidade física dela por outras moléculas polares, para enriquecer os compostos, concentrando o teor no extrato e mantivemos outros compostos que estão presentes no próprio metabolismo da planta”, explica o professor e Engenheiro Químico Paulo de Tarso Vieira e Rosa, também autor da pesquisa.

 

Com informações de Ana Palazzi, do Inova Unicamp.





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