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Jan/Fev 2019 

 


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Otimista, indústria química espera por recuperação econômica do País


Boa expectativa em relação ao governo Bolsonaro marcou o encontro anual

 

Realizado em dezembro de 2018 pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o 23º Encontro Anual da Indústria Química (ENAIQ) foi marcado pelas expectativas em torno do governo de Jair Bolsonaro (PSL), iniciado em janeiro. Entre os palestrantes, esteve o economista Carlos Alexandre da Costa, nomeado secretário de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, que assegurou o esforço da nova gestão no sentido de “reduzir tudo o que atrapalha” o desenvolvimento do País, com ênfase nas esferas administrativa e tributária.

 

GrupoPhoto/Abiquim

Carlos Costa: reduzir o tamanho do Estado

O secretário ressaltou que será promovida uma “agenda de diálogo e de construção compartilhada” com a iniciativa privada e um processo de redução do tamanho do Estado, concentrando os esforços governamentais em áreas estratégicas, como a formação de capital humano, que deverá ter um plano nacional. “Não é o governo que faz o Brasil crescer, é a atividade empresarial. O crescimento vem do aumento da produtividade, não do estímulo à demanda, que gera inflação”, defendeu.

 

Redução do “Custo Brasil”, com diminuição de taxas de juros e da burocracia, além de melhorias na infraestrutura e na esfera regulatória, também foram citadas por Costa como metas do novo governo. O principal objetivo é fazer com que o aumento na produtividade tenha impacto sobre o Produto Interno Bruto (PIB), cumprindo a meta estabelecida de atingir um crescimento econômico de 3,5% em 2019 e, nos anos seguintes, passar dos 5%.

 

Na visão de outro palestrante, o também economista Gesner Oliveira, o cenário inspira um otimismo moderado, considerando as dificuldades existentes. “Estamos com uma janela de oportunidades aberta para o estabelecimento de bases sólidas para o crescimento econômico”, analisou. Com um ajuste fiscal a ser aprofundado a partir da aprovação de uma reforma do sistema previdenciário, Oliveira acredita que será possível cumprir o dever de casa e, ao final do governo Bolsonaro, o País poderá ficar próximo de eliminar o déficit primário das contas públicas e chegar a um crescimento médio de 3,4% no PIB.

 

O economista considera que a desburocratização deve ser encarada como um processo de “revolução permanente”, aperfeiçoando processos e tornando o ambiente de negócios mais favorável para investimentos privados. Ao falar sobre uma possível abertura comercial devido ao perfil liberal da equipe econômica, pontuou que as reformas estruturantes deverão ocorrer de forma sincronizada a fim de que as empresas nacionais não sejam prejudicadas.

 

BALANÇO – A principal expectativa do setor para os próximos anos é a criação de um ambiente econômico favorável. Logo na abertura do Enaiq, Fernando Musa, vice-presidente do Conselho Diretor da Abiquim, fez um balanço dos resultados do último ano com base no levantamento contido no livreto Desempenho da Indústria Química Brasileira 2018 (clique aqui para obtê-lo).

 

Ao frisar que o Brasil ainda vivencia uma “marcha lenta da recuperação”, Musa chamou a atenção para o fato de que os números de 2018 poderiam ter sido melhores não fosse a greve dos caminhoneiros ocorrida em maio. O faturamento líquido foi de R$ 462,3 bilhões (alta de 20,2% em relação a 2017). Atualmente, a indústria química representa 12% do PIB industrial e 2,4% do PIB total do País. O saldo de empregos gerados foi de 2 milhões, somando-se diretos e indiretos.

 

Apesar de os resultados mostrarem uma melhora em relação ao ano anterior, Musa salientou que o desempenho geral foi semelhante ao de 2008. “Foi praticamente uma década perdida para a indústria química”, resumiu. Outros dados considerados negativos são a participação do setor no PIB nacional, estagnada em torno de 2,5% desde 2009, e o déficit crescente na balança comercial de produtos químicos, estimado em US$ 29,1 bilhões para 2018.

 

Publicação detalha propostas para aprimoramento da indústria

A boa notícia foi a retomada da sexta colocação no ranking da indústria química mundial em termos de faturamento líquido (US$ 104 bilhões), ainda que permaneça distante dos primeiros colocados (China, EUA, Japão, Alemanha e Coreia). Um dado apresentado mostra essa discrepância: enquanto as indústrias químicas que atuam no Brasil projetam investimentos de US$ 5 bilhões para os próximos cinco anos, suas concorrentes norte-americanas falam em US$ 200 bilhões.

 

O presidente do Conselho Diretor da Abiquim, Marcos De Marchi, ponderou, contudo, que o potencial do Brasil é maior pelas dimensões do parque industrial e do mercado consumidor, além da alta disponibilidade de recursos naturais. "Gostaríamos de uma competição justa, mas as nossas condições de produção precisam ser similares às dos países desenvolvidos”, disse ele, apontando como alguns dos principais obstáculos a serem enfrentados a burocracia, a carga tributária, o alto custo da energia, além dos entraves logísticos. Nesse sentido, apresentou um estudo feito pela Abiquim, em parceria com a consultoria Deloitte, intitulado Um Outro Futuro É Possível, que detalha 73 propostas para o aprimoramento da indústria química nacional, divididas entre as áreas de comércio exterior, energia, indústria 4.0, logística, matéria-prima e regulação.

 

Outro lançamento foi feito pelo presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo: a campanha Desburocratize a Química, que aponta caminhos para uma racionalização da esfera regulatória no Brasil. Por meio de um estudo, foram identificados 23 entraves nas áreas de meio ambiente, segurança, relações trabalhistas (saúde, segurança e higiene do trabalhador), logística, jurídica e tributária. “Precisamos de uma mudança de paradigma, premiando as empresas responsáveis e reduzindo os custos”, afirmou Figueiredo. Segundo ele, os gastos do setor com a burocracia na área ambiental, considerando licenças e multas, chegam a R$ 1 bilhão por ano. Informações sobre a campanha e o detalhamento das propostas podem ser obtidos neste site.

 

FPQUÍMICA – No âmbito político, o 23º ENAIQ contou com a presença de deputados que compõem a Frente Parlamentar da Química (FPQuímica), além do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em seu discurso, ele elogiou à disposição do novo governo para desburocratizar o País e apontou a reforma da Previdência como prioridade absoluta para sanear as contas públicas. “Não adianta discutirmos uma reforma tributária sem antes haver uma reforma administrativa”, acrescentou Maia.

 

A FPQuímica teve como representantes o seu então presidente, João Paulo Papa (PSDB-SP), que não foi reeleito para um novo mandato na Câmara, e os deputados Orlando Silva (PCdoB-SP) e Alex Manente (PPS-SP), escolhido como novo presidente. Em seu discurso de despedida do cargo, Papa elencou como objetivos permanentes da frente parlamentar a proteção aos empregos e a manutenção do Regime Especial da Indústria Química (REIQ), que desonera alíquotas de importação para o setor.

 

O deputado Alex Manente disse que, nos próximos quatro anos, serão promovidas ações que priorizam a segurança e o desenvolvimento sustentável do setor, tornando-o cada vez mais competitivo em nível global com a redução dos custos das matérias-primas, com destaque para o gás natural.
 




Encontro premiou empresas e pesquisadores da área

A programação do ENAIQ incluiu a entrega do Prêmio Kurt Politzer, tradicional concurso promovido pela Abiquim para incentivar a pesquisa e a inovação na área química.

Na categoria Pesquisador, o projeto contemplado foi “Produção de hidrogênio a partir da reforma a vapor do etanol na presença de um novo catalisador altamente estável baseado em nanofios de óxido de cério e samário contendo níquel”. O prêmio foi dividido entre oito cientistas do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares e do Instituto de Química da USP, que foram representados pelo pós-doutorando Thenner Silva Rodrigues.

Na categoria Startup, a vencedora foi a Kemia Tratamento de Efluentes. Com sede em Chapecó (SC), a empresa concorreu com o projeto intitulado “Reatores eletrolíticos para o tratamento de efluentes industriais, de aterros sanitários e esgoto”, que propõe uma solução baseada em tecnologias sustentáveis de eletrooxidação e eletrofloculação para o tratamento de efluentes.

A Oxiteno foi a vencedora na categoria Empresa, com o projeto “Novos sensoriais para cuidados com a pele utilizando emolientes verdes multifuncionais”, desenvolvido a partir de matérias-primas de origem renovável.

 

Ao centro, o pós-doutorando Thenner Silva Rodrigues, que representou o grupo de cientistas vencedor do Prêmio Kurt Politzer na categoria Pesquisador






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