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Mai/Jun 2015 

 


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2015: o Ano Internacional da Luz


Pesquisadores brasileiros falam sobre a importância do tema para a Química

Cartaz de divulgação do AIL no Brasil: criação de Fernando Castro, vencedor de concurso feito pela SBPC

Em dezembro de 2013, a 68ª Sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas decidiu que 2015 seria o Ano Internacional da Luz e das Tecnologias baseadas em Luz (AIL, ou International Year of Light and Light-based Technologies – IYL em inglês) em reconhecimento à importância das tecnologias associadas à luz na promoção do desenvolvimento sustentável e na busca de soluções para os desafios globais nos campos da energia, educação, agricultura e saúde.

Diversos eventos alusivos à iniciativa global, coordenados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), vêm ocorrendo no Brasil e em outros países desde o início do ano, em um calendário que envolve principalmente entidades governamentais, instituições de ensino e sociedades científicas.

A 38ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (SBQ), ocorrida em maio, em Águas de Lindóia/SP, com o tema “#LuzQuímicaAção”, foi um dos principais eventos dessa programação. Em entrevista ao Informativo CRQ-IV, que contou com a colaboração dos professores Etelvino Bechara e Luiz Fernando da Silva Júnior, o presidente da SBQ, Adriano Andricopulo, disse que todas as ações referentes ao AIL têm como preocupação “despertar o interesse e o protagonismo dos jovens estudantes do ensino médio e superior para as ciências, condição essencial à sua promoção social e exercício de cidadania plena”.

Andricopulo informa que os painéis expostos na reunião anual da SBQ serão reapresentados na 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), cuja temática será “Luz, Ciência e Ação”, que irá ocorrer de 12 a 18 de julho, na Universidade Federal de São Carlos; e, possivelmente, também na 12ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, organizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, programada para o período de 19 a 25 de outubro, que terá como tema principal “Luz, Ciência e Vida”.

Os painéis destacaram os seguintes assuntos: história da luminescência, quimioluminescência de luminol e oxalatos, pigmentos de flores, luminescência de terras-raras, fotossensibilizadores, nanopartículas metálicas fotocatalisadoras, células solares fotovoltaicas e sensibilizadas por corantes, fotopolimerização, fotoprotetores solares, terapia fotodinâmica, fotoquímica forense, fotoquímica na ausência de luz e bioluminescência de insetos, cogumelos e vermes.

SBQ

Andricopulo: ações despertam interesse dos jovens

Eventos – O presidente da SBQ destaca que o Ano Internacional da Luz visa comemorar diversas descobertas científicas feitas ao longo do tempo. “A SBPC e várias sociedades científicas brasileiras, entre as quais a SBQ, responderam imediatamente à convocação da Unesco. Várias conferências sobre fotoquímica, fotobiologia e fototecnologia ocorreram ou estão programadas nas universidades brasileiras, bem como atividades de divulgação e experimentação em colégios e reuniões cientificas”, salienta.

Helena Nader, presidente da SBPC, avalia positivamente o envolvimento das entidades brasileiras com o AIL. “Nossas sociedades científicas estão inserindo o tema em seus eventos e publicações, enquanto as escolas aproveitam o advento para enfatizar o papel da fotônica como fonte inesgotável de novos conhecimentos e a importância da luz para que haja vida”, afirma.

Nader observa que as ciências naturais têm interface com a luz e, para a Química em especial, “a importância é imensurável, uma vez que a luz provoca reações químicas nos seres vivos em geral, tanto animais como vegetais, e também em objetos. A fotoquímica contribui enormemente para nosso entendimento e aproveitamento da luz”, completa a pesquisadora.

SBPC

Ciências naturais têm interface com a luz, diz Nader

Para ela, graças às ações educativas decorrentes do AIL, ocorrerá um salto em termos da difusão de informações qualificadas sobre o tema, desde seus aspectos históricos, passando pela aquisição de conhecimentos sobre a luz e os avanços tecnológicos decorrentes. “O mais importante no Ano Internacional da Luz é o fato de chamar a atenção da população, principalmente dos jovens, para um aspecto tido como trivial – a existência da luz –, mas que ganha uma dimensão totalmente diferente quando observado e explicado pela ciência”, enfatiza a presidente da SBPC.

Bem-estar – Adriano Andricopulo, da SBQ, explica que a elucidação dos mecanismos químicos da fotossíntese, visão e fotossensibilidade resultou em importantes conquistas para o bem-estar da humanidade como, por exemplo, o aumento da produtividade agrícola, a obtenção de corantes naturais e sintéticos e o tratamento do câncer de pele por técnicas fotodinâmicas. “Na medida em que a luz constitui um ‘reagente’ limpo e poderoso ao ativar os elétrons das moléculas e torná-las reativas, métodos fotoquímicos são fontes privilegiadas de soluções ‘verdes’ para os problemas ambientais relacionados à energia, tratamento de efluentes e produção de insumos industriais”, afirma.

Outros exemplos que confirmam as relações entre a Química e a luz citados pelo presidente da SBQ são a quimioluminescência do luminol, produto que tem importante aplicação na área forense para detecção de traços de sangue em cenas de crime; e a GFP (sigla para “green fluorescent protein”, ou em português “proteína fluorescente verde”), extraída de uma medusa e que é considerada uma importante ferramenta em pesquisa fundamental, sendo aplicada para marcação molecular de eventos biológicos nas áreas de medicina e das ciências agrárias.

Alimentos – Para o professor Vitor Francisco Ferreira, do Instituto de Química da Universidade Federal Fluminense (UFF), do Rio de Janeiro, a reação química mais fundamental provocada pela luz é a fotossíntese, que produz toda a biomassa da Terra. “É um dos processos mais importantes para a manutenção da vida”, avalia.

Ferreira explica que o sol, através da liberação de sua energia radiante, é capaz de impulsionar o aparato fotossintético das plantas e produzir carboidratos que serão utilizados no processo respiratório. “Dentre as reações mais importantes da fotossíntese está a liberação de oxigênio. Muitas outras reações químicas são promovidas pela luz em comprimentos de onda bem definidos”, pontua.

FreeImages

A luz é responsável pela fotossíntese, reação química que permite a produção de alimentos

Arquivo pessoal

       Prof. Vitor Ferreira, da UFF

Mas se a luz gera benefícios à humanidade, ela também pode causar gravíssimos danos para a saúde de quem se expõe à radiação por períodos prolongados. “A compreensão da ação da luz levou ao desenvolvimento de diversas substâncias que absorvem as radiações perigosas, que são usadas nos protetores solares ou filtros solares para amenizar as consequências da exposição”, complementa o professor Vitor Ferreira.

Na edição de janeiro/fevereiro deste ano da Revista Virtual de Química, publicada pela SBQ, Ferreira escreveu o editorial, intitulado “O Ano Internacional da Luz”. No texto, ele destaca alguns dos temas dos 19 artigos publicados naquela edição, que tratam das relações entre as diversas formas de ondas eletromagnéticas e substâncias químicas, além de outros assuntos que relacionam a Química com a luz: fotólise em alimentos, bioluminescência, janelas eletrocrômicas, fotoinativação de micro-organismos, geração de energia por conversão fotovoltaica e reações fotoquímicas em fluxo contínuo e por efeito plasmônico.





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