Busca
Faça uma busca por todo
o conteúdo do site:
   
Acesso à informação
Bolsa de Empregos
Concursos Públicos (CRQ-IV)
Consulta de Registros
Dia do Profissional da Química
Downloads
E-Prevenção
Espaços para Eventos
Informativos
Jurisprudência
Legislação
LGPD
Linha do Tempo
Links
Noticiário
PDQ
Prêmios
Prestação de Contas
Publicações
QuímicaViva
Selo de Qualidade
Simplifique
Sorteios
Termos de privacidade
Transparência Pública
 

Jan/Fev 2013 

 


Matéria Anterior   Próxima Matéria

A importância das EJs na formação dos futuros profissionais


Dos livros para a prática, EJs reforçam o aprendizado e
apresentam aos estudantes a realidade do mercado de trabalho
 
Em algumas das escolas de nível superior em Química do Estado de São Paulo, as empresas juniores (EJs) exercem o papel de “pontes” entre a esfera acadêmica e o mercado de trabalho. São os casos da All Química Júnior, formada por estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e da Química Júnior Projetos e Consultoria, composta por alunos de graduação do Instituto de Química (IQ) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara.
 
Pioneira no segmento, a Química Júnior completa 20 anos em 2013. Entre outras atividades, a EJ realiza uma ampla gama de análises de amostras de materiais, tais como água, efluentes, alimentos, produtos de limpeza, resíduos, corantes, tintas, combustíveis, polímeros, cerâmicos, entre outros. Ao mesmo tempo, busca oferecer uma vivência diferenciada aos alunos, que os coloca frente a desafios do cotidiano profissional.
 
“Procuramos desenvolver habilidades como liderança, senso de trabalho em equipe, desenvoltura para falar em público, noções administrativas e estratégicas, espírito empreendedor e, principalmente, profissionalismo”, destaca Débora Viegas, diretora-presidente da Química Júnior.
 
Ela explica que as empresas juniores se enquadram no terceiro setor da economia, pois estão no setor privado sem ter o lucro como objetivo final. “Dessa forma, os custos operacionais e de tributação são reduzidos, o que nos possibilita oferecer serviços de qualidade a um custo baixo. O principal mercado atendido é formado pelas micro e pequenas empresas, que geralmente não têm acesso a uma consultoria sênior quando enfrentam dificuldades e necessitam de projetos externos”, aponta a estudante.
 
A All Química, de Campinas, acumula 17 anos de experiência e, segundo sua presidente, Natália Tafarelo, já realizou diversos tipos de projetos comerciais. O portfólio engloba desde a caracterização de compostos e materiais até traduções técnicas, passando por análises ambientais, estudos tecnológicos, entre outros trabalhos.“Além da realização de projetos, visamos também o desenvolvimento pessoal e profissional dos integrantes. As diferentes áreas da empresa proporcionam condições para que os estudantes vivenciem situações dificilmente oferecidas pela graduação”, explica Natália. A All Química também é responsável pela realização anual da Semana da Química da Unicamp.
 
Obstáculos - De forma geral, conforme explica Gustavo Pedra, diretor-presidente da Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo (Fejesp), as EJs atuam principalmente como consultorias. A concentração nesse segmento se justifica em razão de esse tipo de trabalho ser realizado mediante auxílio de professores e a utilização dos acervos de pesquisa das próprias universidades.
 
Segundo Gustavo Pedra, as EJs de áreas como a Química enfrentam maiores obstáculos para desenvolverem projetos e se estabelecerem como uma opção de mercado para potenciais clientes. Na sua avaliação, as principais dificuldades seriam a necessidade de conhecimentos aprofundados e que, normalmente, são adquiridos somente após a graduação; inviabilidade de assinar alguns projetos por falta de diploma e, consequentemente, reconhecimento pelas associações de classe; e a falta de apoio de professores que, em sua maioria, incentivariam mais as pesquisas com fins acadêmicos do que experiências práticas com entidades estudantis.
 
O presidente da Fejesp defende um investimento maior em EJs. “Atualmente, o ensino superior no Brasil tem um foco muito técnico e pouco voltado para competências. A experiência em empresa júnior oferece uma vivência empresarial intensa aos alunos, auxiliando no desenvolvimento de competências empreendedoras como proatividade, flexibilidade, relacionamento interpessoal, foco em resultado, entre outras, que são essenciais para a vida profissional”, enfatiza o jovem executivo.
 
Apesar das dificuldades colocadas por Gustavo Pedra, Débora Viegas, da Química Júnior, afirma que é possível desenvolver outras atividades. “A consultoria nos aproxima da realidade do curso, mas temos uma atuação mais ampla como gestores dos projetos, encaminhando-os para profissionais capacitados do Instituto de Química para que possam ser desenvolvidos”, explica. Além disso, completa, cabe a EJ cuidar do relacionamento com os chamados stakeholders, que são as partes envolvidas em um projeto.
 
Natália Tafarelo, presidente da All Química, lembra que serviços de consultoria não requerem altos investimentos iniciais. “Isso nos favorece, pois não dispomos de tantos recursos, uma vez que dependemos da universidade para termos infraestrutura e, ao mesmo tempo, não temos fins lucrativos”, diz. Ela acrescenta que a consultoria proporciona a vantagem de aplicar de forma prática o conhecimento obtido na graduação.
 
Ainda que existam algumas limitações, a vivência empresarial nas EJs, lidando com clientes reais e trabalhando com prazos, é avaliada por Gustavo Pedra como importante para a formação profissional. “Quem tiver a chance de participar de uma EJ entrará no mercado com um perfil diferenciado e com grandes possibilidades de se destacar rapidamente”, conclui.
 
Capacitação - O professor Maurício Boscolo, do Departamento de Química e Ciências Ambientais da Unesp de São José do Rio Preto, ministra aulas no curso sobre empreendedorismo, mantido pela instituição como disciplina optativa desde 2008. O projeto foi viabilizado por meio de uma parceria entre a Unesp e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para a capacitação de professores, visando oferecer o aprendizado e difusão de conhecimentos nessa área.
 
“O primeiro conceito fundamental é o de que não existem somente empreendedores natos. É possível formá-los, discutindo com os estudantes o que é ter espírito empreendedor, proatividade, planejamento, entre outras características. Em alguns casos, a orientação é necessária para que esse conhecimento não surja apenas em um estágio avançado da carreira”, ensina o professor da Unesp.
 
Aberto a estudantes de graduação e pós-graduação, o curso tem duração de seis meses e está dividido em dois módulos: o primeiro é voltado para aspectos pessoais do empreendedorismo, como o perfil de liderança; o segundo, para o planejamento de uma empresa, englobando assuntos como a elaboração de um plano de negócios. “O interesse é grande, com uma média entre 45 e 60 pessoas matriculadas por turma”, conta Boscolo.
 
Com o tema “Aprendendo a empreender”, o docente foi um dos palestrantes do 8º Encontro dos Coordenadores de Graduação e do XII Workshop de Pós-Graduação, promovidos pela Sociedade Brasileira de Química (SBQ) em outubro de 2012, na sede do CRQ-IV, e que tiveram como tema geral “Empreendedorismo e Inovação em Química”. Durante a apresentação, Boscolo destacou o interesse dos alunos pelos conceitos do empreendedorismo e da inovação, o que sugere a existência de espaço para a criação de extensões dentro da esfera acadêmica visando o aprendizado nessa área.
 

Para saber mais

Outras informações sobre a criação e funcionamento das EJs podem ser obtidas no site da Federação das Empresas Juniores de São Paulo, em www.fejesp.org.br. Para contatar as EJs citadas nesta reportagem acesse www.quimicajr.com.br e www.allquimicajr.com.br.

 

 

Empresas juniores também devem se registrar nos CRQs


Para que possam atuar legalmente no mercado, as empresas juniores (EJs) que desenvolverem atividades na área química, inclusive de consultoria, também precisam manter registro no Conselho de Química da região onde estão instaladas. Entre outros requisitos, para que o registro se efetive é necessária a indicação de um Responsável Técnico. Este profissional pode ser o professor que coordena as atividades ou até mesmo um dos integrantes da EJ que tenha atribuições para tal. O escolhido para a função, claro, precisará ter formação na área química e estar em situação regular no Conselho.

Por serem entidades que não visam o lucro, mas sim proporcionar uma formação mais sólida aos futuros profissionais da química, a formalização do registro dessas empresas segue um trâmite diferenciado no CRQ-IV, que procura não só estimular a legalização, como também o surgimento de novas EJs.

A maneira mais simples de obter informações sobre o assunto é solicitar ao representante do curso que mantenha contato com o Serviço de Fiscalização do CRQ-IV, tel. (11) 3061-6000 ou pelo e-mail fiscaliza@crq4.org.br





Relação de Matérias                                                                 Edições Anteriores

 

Compartilhe:

Copyright CRQ4 - Conselho Regional de Química 4ª Região